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Geral 08/07/2022 14:29
Por: Redação

Especial: as vidas que atravessam o museu

Além do valor inestimável do patrimônio histórico, museus também carregam consigo a riqueza das histórias de vida que se cruzam neste local

  • Gicele Dalosto: cada visita traz uma história
  • Os dois pequenos paleontólogs de Tupandi, Edgar e Humberto

Consta no Livro Guinness dos Recordes: os dinossauros mais antigos já registrados no planeta se encontram na região central do estado. Dentre estas cidades privilegiadas, está Candelária. Inaugurado em 2001, o Museu Aristides Carlos Rodrigues é o principal responsável por preservar esta riqueza ancestral no município.

Gicele Dalosto Porto, coordenadora do museu, ressalta que o local recebe diversas visitas de fora de Candelária. Recentemente, grande parte dos municípios da Região Centro-Serra, como Sobradinho e Arroio do Tigre, por exemplo, fizeram excursões ao museu candelariense. Além disso, turistas que se deslocam para atrativos da região da Quarta Colônia frequentemente passam no museu na volta. Segundo elas, o museu já atraiu pessoas de Canoas, Porto Alegre, Osasco, Rio de Janeiro, entre muitas outras cidades. “Às vezes temos de 3 a 4 vans aqui de uma vez só”, complementa.

E não é só a região que prestigia o museu. Giceli afirma que pessoas de fora do país se deslocam a Candelária para conhecer o local. “Um ambientalista de Londres veio visitar a família da esposa em Santa Cruz do Sul. Eles descobriram a existência do museu e vieram para cá. Outro estrangeiro, um canadense, também veio nos conhecer. Sua companheira morava em Picada Café, próximo a São Leopoldo. Eles foram visitar a família em Faxinal do Soturno, mas o primeiro passeio que fizeram no estado foi aqui no museu”, compartilha.

PALEONTÓLOGOS MIRINS – Em janeiro deste ano, dois meninos de Tupandi (cidade localizada a 171 km de Candelária, próximo a São Sebastião do Caí), Humberto, de 5 anos, e Edgar, de 8, conhecerem o museu. Selio Braun, 33 anos, Supervisor Comercial e pais das crianças, contou à reportagem que os dois irmãos são fissurados em dinossauros desde pequenos.  De filmes a temas de aniversário: tudo gira ao redor do tema. “O Edgar, o mais velho, dizia para nós que o seu grande sonho era ver um fóssil de verdade. E foi então que começamos a pesquisar e descobrimos que em Candelária tinha um museu”, revela.

Gicele, a coordenadora, conta que os dois chegaram vestidos com coletes de paleontólogos e o nome de cada um bordado no que eles mesmos chamaram de “roupa de trabalho”. Em certo momento da visitação, Gicele notou algo estranho em Edgar. “Ele estava trêmulo de corpo inteiro. Eu me aproximei e perguntei: ‘está tudo bem?’. Ele só me disse: ‘estou muito emocionado’. Ele chorava de emoção!”, destaca. E esta é só uma de infindáveis experiências comoventes que Gicele encontrou no museu. “Eu nunca imaginei que iria passar por estas vivências aqui. Cada pessoa que nos visita, traz consigo uma história”, finaliza a coordenadora.

AVALIAÇÃO – O pai das crianças reitera que a experiência foi fantástica para os pequenos, mas lamenta que o museu não seja mais divulgado. Selio alega ter tido dificuldades para chegar ao destino em razão da falta de sinalização. Da mesma forma, o endereço encontrado na internet pela família não correspondia endereço real. “Candelária poderia investir mais neste setor. A cidade, e a região como um todo, tem potencial para fazer uma coisa bem legal”, ressalva. Apesar disso, não poupa elogios à experiência e ao atendimento que recebeu. “Nós fomos recebidos de forma muito prestativa pela coordenadora, a Gicele Foi sensacional”, finaliza.