Logo Folha de Candelária
Geral 02/01/2021 11:17
Por: Redação

Covid-19: primeiro mapa do ano tem 13 regiões em bandeira vermelha e a região de Bagé na preta

Região do Vale do Rio Pardo segue na bandeira vermelha, considerada como risco epidemiológico alto

O governo gaúcho divulgou na sexta, 1º, o mapa preliminar da 35ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado. E o primeiro mapa do ano trouxe novamente uma região com classificação de bandeira preta, considerado de nível epidemiológico altíssimo. Trata-se da região de Bagé, cujo prefeito recebeu com surpresa essa avaliação, prometendo ingressar com recurso. O mapa ainda apresentou 13 regiões em bandeira vermelha – incluindo a região do Vale do Rio Pardo – e outras sete na classificação laranja.

De acordo com a notícia publicada no site do governo estadual, o risco altíssimo em Bagé é resultado da combinação entre a piora no número de leitos livres/pacientes covid na macrorregião Sul e o fato de a região apresentar bandeira preta no indicador de hospitalizações para cada 100 mil habitantes. Isso culminou no acionamento da nova regra do Distanciamento Controlado: a salvaguarda de bandeiras vermelha e preta, quando uma região registra muitas hospitalizações novas de pacientes com covid-19 e, ao mesmo tempo, possui baixa capacidade hospitalar na macrorregião.

A situação do Estado perante o coronavírus ainda requer muita atenção. Em níveis gerais, ocorreu uma redução no número de confirmados em leitos clínicos (-14%) e em UTI (-2%). Óbitos apresentaram elevação de 3% (de 456 para 469). Contabilizando os pacientes internados por outras causas, nesta semana, houve novamente estabilidade no número de leitos de UTI ocupados. Com a abertura de leitos e a redução dos confirmados com Covid-19 em UTI, houve elevação na razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 para 0,55.

Alerta para a região de Santa Cruz do Sul

O governo do estado registrou um novo alerta para a região de Santa Cruz do Sul, que apresentou elevado crescimento em novos registros de hospitalizações entre a 34ª e a 35ª semana – de 23 para 38 – avanço de 65,2%.

Implementação da salvaguarda de bandeiras vermelha e preta

A partir desta semana, o Distanciamento Controlado utiliza uma nova regra que garante bandeiras de risco alto e altíssimo (vermelha e preta) quando a região tem elevada quantidade de novas hospitalizações de pacientes confirmados com Covid-19 (conforme a região de residência do paciente) e, ao mesmo tempo, está inserida em uma macrorregião com baixa capacidade hospitalar.

Esse refinamento no modelo é necessário pois, quando a capacidade hospitalar está próxima do limite, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, eles podem não ser preenchidos devido à lotação das áreas covid dos hospitais. Esse aprimoramento visa melhor refletir e evitar o esgotamento de leitos.

A NOVA REGRA IMPÕE

Garantia de bandeira vermelha se ambas condições forem satisfeitas:
• O Indicador 6, hospitalizações para cada 100 mil habitantes da região, apresentar bandeira vermelha ou preta;
• O Indicador 8, leitos livres/leitos covid da macrorregião, estiver menor ou igual a 0,8.

Garantia de bandeira preta se ambas condições forem satisfeitas:
• O Indicador 6, hospitalizações para cada 100 mil habitantes da região, apresentar bandeira preta;
• O Indicador 8, leitos livres/leitos covid da macrorregião, estiver menor ou igual a 0,3.

A salvaguarda teria gerado modificações sutis nas 34 semanas anteriores. A bandeira preta teria sido acionada somente nas regiões de Pelotas e Bagé na semana 32, o que não teria gerado modificações no mapa preliminar, uma vez que o modelo nos moldes atuais captou bandeira preta em ambas regiões naquela semana.

No que diz respeito à bandeira vermelha, em toda a série histórica até a semana 34, que até hoje apresentou 283 bandeiras vermelhas no mapa preliminar, a salvaguarda teria gerado um aumento de 10,6% nesse número (teria apresentado 314 bandeiras vermelhas se essa trava estivesse em vigor – 31 a mais). No entanto, essas bandeiras poderiam ser modificadas em caso de acolhimento de recursos das regiões.

Nesta 35ª rodada, as regiões de Capão da Canoa, Porto Alegre, Santo Ângelo, Ijuí, Santa Rosa, Palmeira das Missões e Caxias do Sul receberam bandeira vermelha no mapa preliminar acionadas pela salvaguarda. A região de Bagé foi a única a ter acionada a salvaguarda de bandeira preta.

RESUMO DA 35ª RODADA

Regiões que apresentaram piora (2):

LARANJA > PRETA:
Bagé (em cogestão)

LARANJA > VERMELHA:
Pelotas (em cogestão)

Regiões que seguem iguais (16)

BANDEIRA VERMELHA
Cachoeira do Sul (em cogestão)
Canoas (em cogestão)
Capão da Canoa (em cogestão)
Caxias do Sul (em cogestão)
Ijuí (em cogestão)
Lajeado (em cogestão)
Palmeira das Missões (em cogestão)
Passo Fundo (em cogestão)
Porto Alegre (em cogestão)
Santa Cruz do Sul (em cogestão)
Santa Rosa (em cogestão)
Santo Ângelo (em cogestão)

BANDEIRA LARANJA
Cruz Alta (em cogestão)
Guaíba
Novo Hamburgo (em cogestão)
Taquara (em cogestão)

Regiões que apresentaram melhora (3)

VERMELHA > LARANJA
Santa Maria (em cogestão)
Uruguaiana
Erechim (em cogestão)

• Clique aqui e acesse a nota técnica com as justificativas de classificações das regiões.

DESTAQUES DA 35ª RODADA

▪ número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid-19 reduziu 32% entre as duas últimas semanas (de 1.175 para 794);
▪ número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) reduziu 4% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (de 1.148 para 1.104);
▪ número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS reduziu 14% entre as duas últimas quintas-feiras (de 1.243 para 1.073);
▪ número de internados em leitos de UTI com Covid-19 reduziu 2% entre as duas últimas quintas-feiras (de 979 para 956);
▪ número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 aumentou 8% entre as duas últimas quintas-feiras (de 489 para 530);
▪ número de casos ativos reduziu 16% entre as últimas semanas consideradas (de 39.719 para 33.412);
▪ número de registros de óbito por Covid-19 aumentou 3% entre as duas últimas quintas-feiras (de 456 para 469).
▪ As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (152), Caxias do Sul (88), Passo Fundo (62), Canoas (65) e Pelotas (50).

Comparativo: situação entre 3 e 31 de dezembro de 2020

▪ número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid-19 reduziu 32% no período (de 1.174 para 794);
▪ número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentou 14% no Estado no período (de 966 para 1.104);
▪ número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS reduziu 21% (de 1.357 para 1.073);
▪ número de internados em leitos de UTI com Covid-19 aumentou 20% (de 799 para 956);
▪ número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 aumentou 7% (de 496 para 530);
▪ número de óbitos por Covid-19 acumulados em sete dias aumentou 31% no período (de 357 para 469).