Família aposta no manejo agroflorestal para produzir alimentos sustentáveis

Após trabalhar exclusivamente com a fumicultura por muitos anos, a família Reis, da localidade de Vila Passa Sete, interior de Candelária, resolveu apostar na agricultura familiar para diversificar sua renda. Produzindo inicialmente uma ampla variedade de grãos, frutas e verduras, que ocuparam boa parte da propriedade, por influência de técnicos do escritório da Emater local e do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) a família decidiu desenvolver um modo de explorar também a área de mata nativa, que até então não recebia atenção.

De acordo com Silvia Reis, a área de mata nativa pertencente à família possuía um grande número da palmeira Juçara, árvore que produz o açaí. Contudo, assim como em diversas outra áreas do estado, nunca existiu a cultura de aproveitar estes frutos, tão populares no verão em todo o país, em forma de suco ou sorvete. “Percebemos que este potencial poderia ser aproveitado há cerca de sete anos. Desse modo, utilizamos o saber técnico para introduzir também as bananeira, outra espécie que poderia ser cultivada sem degradar a mata. Assim unimos o útil ao agradável e agora somos um dos maiores produtores da nossa região”, conta.

Nelson Reis, pai de Silvia, conta que a área, de aproximadamente 18 hectares, conta com cerca de 10 mil palmeira juçara, boa parte delas germinadas naturalmente pelos animais através dos anos. “Temos potencial para produzir 1 tonelada de açaí. Além disso, é importante reforçar que nossos produtos são orgânicos e tem um alto padrão de qualidade. Por sermos uma pequena propriedade ainda temos dificuldade de comercializar em longa escala, mas iremos seguir batalhando para que nossos produtos se tornem conhecido por todos”, relata Silvia.

Para explorar adequadamente todos os produtos produzidos na propriedade, a família Reis, em parceria com outros três parceiros, fundou a agroindústria de processamento de frutas Aprobanana, onde são produzidas geleias, compotas, frutas cristalizadas, chips de banana, suco e sumo do açaí, além de diversos outros itens. Atualmente a família participa da Associação dos Feirantes Ecológicos de Candelária e também produze para Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Quanto as perspectivas de futuro, Silvia relata que espera não precisar mais depender do tabaco. “Tenho muitos sonhos e espero que possa realizá-los, mas é preciso ter cuidado. Minha ideia é divulgar nas grandes feira, como a Expoagro Afubra, e ver nossos produtos sendo consumidos em toda a região”, finaliza.