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25/08/2009 16:56
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Bacia leiteira desperta interesse

A bacia leiteira em Candelária já foi bastante significativa há mais de 20 anos, quando cerca de 600 produtores forneciam o produto para a indústria regional. Lacerda, em Santa Cruz do Sul, e Corlac, em Vera Cruz, recebiam cerca de 15 mil litros diários. A cultura era forte no interior, conforme destaca o secretário municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Orlando Kochenborger. “Praticamente não existe uma família no interior do município que não tenha atuado na produção leiteira, tenha sido com alguns poucos litros diários ou mesmo em escala mais significativa”, explica.
No entanto, hoje a realidade é outra, a sistemática de produção evoluiu e a exigência das indústrias e dos próprios consumidores foi alterada, reduzindo drasticamente a produção. Além disso, o preço convidativo da arroba de fumo e a queda vertiginosa do valor pago ao leite fizeram a diferença no final dos anos 80, o que fez com que o produtor rural acompanhasse o mercado. “Atirou-se de mala e cuia no produto que lhe oferecia melhor resultado financeiro”, lembra o secretário. Atualmente, o leite volta a ser estrela para a pequena propriedade. No horizonte, se vislumbra a chegada de grandes empresas na busca do produto. “O Rio Grande do Sul não tem leite, o Brasil sofre sua falta em conseqüência de estados tradicionalmente ligados a sua produção estarem modificando suas pastagens para a cana de açúcar e o mundo tem carência deste alimento”, explica Kochenborger.
DESENVOLVIMENTO – Em julho do ano passado a secretaria municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente promoveu um seminário do leite durante a semana do município, quando dezenas de produtores se fizeram presentes. Conforme a secretaria, este era um sinal de que havia interesse no tema, o que motivou o movimento de entidades de Candelária em torno do Programa de Desenvolvimento da Bacia Leiteira de Candelária. Em 2007 já foram realizadas diversas reuniões em localidades como Linha do Rio, Travessão Schoenfeld, Rebentona, Picada Escura e na última quarta-feira, 18, no Rincão da Lagoa, onde compareceram cerca de 200 produtores para ouvir, fornecer informações, trocar e relatar experiências sobre o assunto. Durante cerca de 40 dias a comissão colheu informações e formou um diagnóstico, cujos dados servirão para ações posteriores. “A diversificação da cultura em regiões que já estão sendo atingidas pela Convenção Quadro é uma necessidade e um fato já constatado”, afirmou Kochenborger.

Próximo passo
Na manhã de segunda-feira, 23, será realizado no Sindicato Rural o primeiro curso ministrado pelo Senar. Esta é uma das ações preliminares para preparar o produtor às novas exigências, cujo teor consta na Normativa 51, considerada a nova bíblia da produção leiteira. Conforme os envolvidos, a atualização em busca de maior conhecimento a respeito da pecuária leiteira será fator predominante na efetivação de parcerias com as entidades que formam a comissão, tanto na área de financiamentos quanto na busca de melhorias estruturais.