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25/08/2009 16:56
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Schultz reafirma a riqueza de Candel?ria

Em julho, durante os festejos dos 82 anos de Candelária, ele ministrou duas palestras para estudantes e professores a respeito da importância da terra do Botucaraí na área paleontológica. Na sexta-feira, 24, o doutor em Paleontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Cesar Leandro Schultz voltou à cidade para uma nova explanação a respeito do mesmo tema, porém para um outro público. A iniciativa da comissão de turismo do Sindicato Rural de Candelária, em parceria com o Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, buscou aprofundar os conhecimentos na área dos produtores rurais e proprietários das áreas dos 17 afloramentos de fósseis identificados no município e que são monitorados pelo museu.
E quem atendeu o convite não se arrependeu. Mais uma vez, Schultz - um cientista de renome internacional - deu uma aula muito esclarecedora sobre as espécies que habitaram o planeta em período pré-histórico. Inicialmente, o palestrante explicou a importância do processo de erosão na procura de fósseis de espécies que habitavam o planeta há 250 milhões de anos. Neste aspecto, observou que o cerro Botucaraí, por exemplo, é o que sobrou da erosão que ocorreu ao seu redor. Geograficamente, esclareceu que Candelária está situada no limite entre a zona alta e a baixa, circunstância que justifica existirem aqui diferentes camadas para exploração. Segundo Schultz, a região central do Estado que inclui Candelária é rica em vestígios do período triássico, que é onde apareceram os primeiros dinossauros. “Evidências do surgimento dos dinossauros só são encontradas nesta região e na Argentina”, observou o pesquisador. Já elementos do aparecimento dos mamíferos, acrescentou, foram identificados apenas nesta região, que vai de Taquari a Mata.
Segundo Schultz, outro fator que torna o território candelariense especial é a diversidade de descobertas. Espécies diferentes de fósseis foram achados em Dona Francisca, Agudo e Faxinal do Soturno. “Em Candelária, encontramos fósseis de cada um desses bichos”, emendou. Apesar desta característica única no mundo, Candelária e a região não oferecem qualquer possibilidade de se achar qualquer fóssil do período jurássico (de 208 a 144 milhões de anos), época da evolução das espécies que vem após o triássico. Segundo o palestrante, animais como o Tiranossauro Rex - um dos dinossauros mais conhecidos - não são encontrados na região. Os daqui são alguns milhões de anos mais velhos.

Avaliação positiva
A avaliação dos responsáveis pela palestra de Schultz foi bastante positiva. De acordo com o curador do Museu Municipal, Carlos Rodrigues, a ampliação dos conhecimentos sobre paleontologia no município é muito importante. “Especialmente entre as pessoas em cujas propriedades são feitas pesquisas”, acrescentou. Já o presidente do Sindicato Rural, Mauro Flores, valorizou a qualidade do palestrante e o interesse demonstrado pelos participantes. Diante disso, acredita que no futuro possa ser realizada uma nova palestra de Cesar Schultz, ampliando ainda mais o público-alvo.