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25/08/2009 16:56
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Produtividade faz Safra 2006/2007 alcan?ar 760 mil toneladas de fumo

Graças ao clima favorável, que influenciou positivamente a produtividade e a qualidade do fumo, a Safra 2006/2007 totalizou 760 mil toneladas. Os números oficiais da indústria foram apresentados na manhã desta segunda-feira, 27 de agosto, pelo Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), durante coletiva de imprensa, em Santa Cruz do Sul. A expectativa inicial, de 744 mil toneladas, foi superada devido à produtividade, acima da média histórica do setor. “Além disso, tivemos fumos de boa qualidade, com nível equilibrado de alcalóides”, destacou o presidente da entidade, Iro Schünke. O volume, pouco inferior à safra 2005/2006, cuja produção foi de 775 mil toneladas, mantém o Brasil como o segundo maior produtor de fumo do mundo.
Do volume beneficiado pelas indústrias do setor – concentradas principalmente na região do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul – 50% são oriundos dos solos gaúchos, enquanto 33% são de Santa Catarina e 17% do Paraná, numa área plantada de 362 mil hectares. Ao todo, foram 184 mil famílias envolvidas com a atividade, em aproximadamente 780 municípios da Região Sul, que produziram 643 mil toneladas do tipo Virgínia, 105 mil de Burley e 12 mil de Galpão Comum. “Graças à produtividade e qualidade do fumo, a rentabilidade do produtor foi maior nesta safra, totalizando uma receita superior a R$ 3,2 bilhões”, enfatizou Schünke.
SAFRA 2007/2008 – Dentro da tendência de estabilização dos volumes produzidos no Brasil e levando em consideração a média histórica, o Sindifumo projetou a Safra 2007/2008 em 703 mil toneladas, com o envolvimento de 182 mil famílias, numa área plantada de 344 mil hectares. “Esta pequena redução de 5% na área plantada faz parte dos ajustes do setor, mantendo a adequação necessária em virtude de fatores econômicos, com o objetivo de manter a competitividade no concorrido mercado internacional”, argumentou o presidente. Já o número de famílias envolvidas com a produção ficará praticamente estável, com a redução de apenas 1%.
Com relação aos desafios de mercado a serem enfrentados pelo setor fumageiro na próxima safra, o presidente do Sindifumo destacou a taxa cambial – que valoriza a moeda brasileira frente ao dólar e prejudica fortemente as exportações do setor - e a manutenção da qualidade e a integridade do produto, com o uso de insumos recomendados e livre de materiais estranhos. Já no que se refere à produção de fumo no mundo, Schünke apontou a tendência de redução na União Européia, nos próximos anos, com o fim do subsídio, e a estabilidade do mercado nos Estados Unidos. Já na África e Ásia (principalmente Índia), existe a tendência de crescimento. “Na América do Sul, o mercado segue em processo de estabilização”, frisou.
EXPORTAÇÕES – Com a expectativa de exportar os estoques remanescentes e ainda a maior parte da produção da Safra 2006/2007, as exportações brasileiras devem bater recorde de volume este ano. Conforme o Sindifumo, 640 mil toneladas chegarão ao mercado externo - principalmente União Européia, Extremo Oriente, América do Norte, Leste Europeu e ainda África, Oriente Médio e América Latina - até o final de 2007, gerando uma receita de aproximadamente US$ 2 bilhões (FOB). “No entanto, os embarques estão sujeitos à logística dos portos, à falta de containeres e à situação ainda não resolvida dos fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, salientou ele. Caso se confirme, o volume será o maior da história do setor fumageiro, superando o recorde atual, de 2005, quando 610 mil toneladas chegaram ao mercado externo. “Mas, em função do dólar, não temos motivo para comemorar, pois mesmo com volume e receita superiores, o faturamento em Real ainda ficará abaixo de anos anteriores, afetando a rentabilidade das empresas”, enfatizou.