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25/08/2009 16:56
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Mensaleiros da P?tria

A semana da pátria de 2007 já é passado. Já tivemos os desfiles e as comemorações. No entanto, gostaria de propor e compartilhar reflexões sobre as corrupções, que infestam o nosso país, tornando populares expressões como “sanguessugas” e “mensalão”.
Quem são os “mensaleiros” de nossa pátria?
Creio que a maioria dos leitores deve ter lembrado de muitos políticos, pois a maioria das reclamações de desonestidade é dirigida contra eles. Mas, será que a desonestidade é propriedade exclusiva dos governantes?
A reflexão e o alerta que quero fazer é que, às vezes, prestando atenção no “cisco” dos políticos, não vemos as traves das nossas próprias ações. Cabe a mim e a cada um dos leitores refletir e com coragem admitir a parte que nos toca.
Você deve conhecer vários casos em que, em épocas de campanha eleitoral, os eleitores aproveitam para ganhar “uma carga de areia”, “alguns tijolos”, um “fardamento novo”, “um jantar com tudo pago”, “patrocínios”. Às vezes, quando se tem algo para resolver que envolve custos, o pessoal chega a dizer que o melhor é deixar para época de eleições - pois ali é mais fácil conseguir as coisas!
Quando alguém ousa questionar e a refletir sobre honestidade, a resposta está na ponta da língua: “Mas todo mundo faz assim!” “Se nós não pedirmos e aceitarmos, outros pedirão e receberão”.
Eu gostaria de saber qual a diferença entre aceitar esses donativos dos candidatos e aceitar os mensalões lá de Brasília. Os mensalões de Brasília eram ou são justamente isso - os políticos davam bons patrocínios para receberem os votos de aprovação de seus projetos. Portanto, qual a diferença entre aquela corrupção que criticamos, dessa que aceitamos e vivemos? Qual a diferença entre mensalões e mensalinhos do dia-a-dia? Tudo é desonestidade! Talvez não deveríamos apontar nossos dedos para Brasília, deveríamos apontar para os nossos corações, pois é do coração humano que surgem todas as corrupções (Mt 15.19)!
Lembro-me de, anos atrás, ter ficado muito impressionado com o relato de que em alguns países o comércio funcionava sem atendentes. Em alguns locais, o motorista pára seu carro em um posto de gasolina, ele mesmo o abastece, ele mesmo paga e, quando necessário, pega o troco, sem levar nem uma moeda a mais. O pensamento imediato é: “Puxa, se isso acontecesse em nosso país, não restaria nem mesmo a bomba de gasolina! Levariam tudo! O pior é que levariam mesmo! Pois nós crescemos com a idéia de que precisamos ser espertos, levar sempre a melhor. Com isso, o tiro sai pela culatra, porque ao incentivarmos tais corrupções, acabamos sofrendo as conseqüências, pois a cultura do roubo é disseminada. Aquelas poucas moedas que lucramos em um pequeno ato desonesto nos são arrancadas com notas de valor bem superior, em roubos, desvios e mesmo em gastos por segurança. Afinal, não é nada barato ter que construir grades, colocar alarmes, pagar advogados, etc.
Por causa do futebol, já fomos chamados de pátria de chuteiras. Por causa da latente corrupção, uso a expressão: “Pátria de Mensaleiros”! Enquanto isso, Deus está a derramar suas orientações a respeito de honestidade e amor. Cabe a nós sermos realmente “espertos”, seguindo as suas orientações e suplicando que ele tenha misericórdia de nós, de nossas famílias, de nossa pátria, com a certeza de que ainda é tempo de arrependimento, ainda é tempo de pensar e agir diferente.