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25/08/2009 16:56
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O cinq?enten?rio da R?dio Princesa

A história da Rádio Princesa começou a ser escrita - ou seria narrada? - na década de 50, mais especificamente no ano de 1954, quando o descendente de italianos Ernesto Pertille Filho, residente em Cachoeira do Sul, trouxe para Candelária a magia do rádio. E a emissora começou com força, com abrangência regional graças à grande potência. Isso se tornou possível devido a um grande equívoco, que oportunizou ao município conquistar uma emissora de 1000 watts, potência até então destinada para cidades com população de, pelo menos, 35 mil habitantes. Na época, Candelária tinha em torno de 15 mil moradores.
A TROCA - Ernesto Pertille obteve a concessão para duas emissoras de rádio, Candelária e Cachoeira do Sul, cedidas espontaneamente pelo governo federal, uma vez que as licitações só passaram a ser exigidas a partir de 1975. Comprados os transmissores, na época importados pela Imbelsa de São Paulo junto à Philips holandesa, os enormes equipamentos, muito bem resguardados em razão da fragilidade, demoraram quase um mês para chegar, rodando de São Paulo até Candelária e Cachoeira. Como a mercadoria tinha o mesmo destinatário - Ernesto Pertille Filho -, e os equipamentos o mesmo tamanho e características, deu-se aí o grande mal-entendido que mudaria o rumo da história da Rádio Princesa, sendo ao mesmo tempo determinante para o sucesso alcançado. Enquanto o transmissor de 250 watts seguiu para Cachoeira, o de 1.000 watts foi descarregado em Candelária. Os dois equipamentos tinham as mesmas características de tamanho, dimensão, peso, desenho, cor e mostruário técnico, inclusive a capacidade de válvulas.
O erro na verdade só foi percebido alguns dias depois pelo filho de Ernesto, José René Pertille, técnico de rádio. Ele notou que o transmissor de Cachoeira do Sul não possuía a peça redutora de potência, uma das exigências inseridas nas normas brasileiras para emissoras de rádio a partir de 1 kW, percebendo, então, que aquele era o transmissor de 250 watts. As dificuldades da época, como condições de estradas e até de caminhões transportadores, acabou por convencer o proprietário de que tudo poderia ficar como estava. E foi o que acabou acontecendo.

Excelente sintonia
A propagação das ondas sonoras na época em que a Princesa começou era muito mais limpa e alcançava um território bem maior do que hoje, já que o grande número de novas emissoras e outras interferências prejudicam bastante o espectro eletromagnético, diminuindo, em conseqüência, o alcance do som. Assim, uma emissora de 1 kW representava um grande alcance, ultrapassando os 100 km de forma onidirecional, que é o sistema do mastro irradiante da Rádio Princesa.
A sintonia era um grande marco em toda a região, passando a emissora a ser a grande fonte da comunicação entre a população dos mais diversos municípios. A rádio passou então a integrar o ouvinte, como elo de ligação entre famílias e os mais diversos segmentos da sociedade.

Prédio
Desde que entrou no ar, a Rádio Princesa funciona no mesmo endereço, na rua Botucaraí, ao lado da Delegacia de Polícia. O prédio original era todo de madeira, dividido entre escritório, técnica e locução, discoteta e auditório. Em maio de 1981 foi iniciada a construção do atual prédio, inaugurado em 21 de setembro do mesmo ano, no aniversário da rádio. No período entre a derrubada do prédio antigo e o funcionamento no novo, a emissora funcionou na casa de moradia existente até hoje na parte dos fundos.