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25/08/2009 16:56
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Hist?rias e curiosidades que marcaram a trajet?ria

Hardi Doebber tinha nove anos quando foi apresentado à Rádio Princesa do Jacuí através do rádio do pai, que funcionava a bateria. A partir daí desenvolveu um gosto pela música que mantém até hoje. Hardi acompanhou a trajetória de 50 anos da Rádio Princesa e tornou-se fonte para algumas histórias e curiosidades que a Folha irá repassar aos leitores. Para Hardi, o rádio é uma companhia permanente e fonte constante de entretenimento. Como apreciador de música, destaca que, através do rádio, conta com uma coleção musical à disposição. “Basta pedir para rodar a música que queremos ouvir”, enfatizou. Hardi lembra que nos primeiros anos, a Princesa praticamente não tinha anúncios comerciais. Na época, boa parte da receita vinha das homenagens prestadas aos aniversariantes durante a programação, que eram pagas. Ele lembra que o campeão foi homenageado durante três dias seguidos. Além de ouvinte, Hardi tornou-se anunciante da Princesa na época em que foi dono de uma loja de confecções e tecidos, a Cisne Modas, que funcionou na cidade entre 1975 e 1986. Aposentado, ele ainda trabalha confeccionando telas e arames para o grupo Nova Casa. E sempre ouvindo rádio e música. “A música é um elixir para a alma”, enfatiza.

Padre Alfredo: uma referência
Entre tantos colaborado res da emissora, alguns como Edwino Adolfo Tischler e o padre José Alfredo Lenz merecem uma referência especial. O programa A Hora Colonial, apresentado por Tischler, tornou-se um marco em toda a região. A identificação do comunicador com o público, principalmente com os habitantes do interior de origem alemã, justificou a permanência no ar do programa durante mais de 20 anos.
Outro personagem de destaque nos 50 anos de atuação da Rádio Princesa é, sem dúvida, o padre Alfredo, que colaborou com a emissora durante 23 anos, no período entre 1967 e 1990. O programa “Acorda Minha Gente” tornou-se uma marca registrada, no qual o apresentador despertava os ouvintes através de apitos imitando diversos animais e até batendo em panelas. Uma das histórias inusitadas da atuação do padre Alfredo na Princesa aconteceu em Herveiras, antes da transmissão de uma partida de futebol. A falta de cabo para a transmissão obrigou a equipe a improvisar. Vários metros de arame farpado quebraram o galho, mas antes foi necessário raspá-lo para tirar a ferrugem e, assim, garantir o contato.

Programa de auditório
Uma das grandes atrações do período inicial da Rádio Princesa foi, sem dúvida, o programa de auditório, transmitido ao vivo nos sábados à tarde. O primeiro apresentador foi Arcely Alves Anunciação, eventualmente substituído por Maurílio Moraes. Entre as atrações do programa, apresentações musicais que marcaram época, como Fontoura e Fontourinha, Irmãos Padilha, Carneiro e Carneirinho, gaiteiro Fröhlich (que sempre dedicava a música a uma namorada de Santa Cruz do Sul) e o trio Trincheira, Trincheirinha e Caipirinha. Este trio era formado por Waldomiro Kochenborger (falecido) no violão, Ivo Bredow na gaita e Olíbio Becker (falecido) no banjo.

Curiosidades
* No início, a emissora era conhecida como Rádio Princesa do Jacuí Ltda. Hoje a denominação é simplesmente Rádio Princesa.
* “A voz do Botucaraí”. Este era um dos slogans usados pela emissora nos primeiros anos. Originalmente, a Princesa tinha o prefixo ZYU72 e era sintonizada na amplitude modulada de 1.170 Khz. Hoje, o prefixo é ZYK 222 e a sintonia 760 Khz.
* A solenidade de inauguração, em 1957, foi prestigiada por diversas autoridades, entre as quais o deputado federal Fernando Ferrari, que morreria em 1963, vítima de um desastre aéreo.
* A Alfaiataria Esmeralda, de Adão Soares de Almeida, foi anunciante em meio ao período no qual funcionou na cidade. Seu slogan: “A roupa faz o homem e a Alfaiataria Esmeralda faz a roupa”.
* O Posto Esso, de Walter Filther, também veiculava propaganda com slogan: “Gente como você, trabalhando para servi-lo”.
* A Ferragem Hintz também foi uma tradicional anunciante da Princesa. Um de seus slogans era o seguinte: “Desde 1927, atendendo bem para atender sempre”.
* O patrocínio durante muito tempo era anunciado sob uma denominação pomposa: “chancela publicitária”.
* O oferecimento de uma música muitas vezes ganhava o seguinte acompanhamento: uma linda página musical”.