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25/08/2009 16:56
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Chegou aos 40?

A chegada dos 40 anos de idade costuma marcar o início de um novo ciclo da vida, o de começar a curtir o que se ganhou, de aproveitar as conquistas da juventude, ou até, como dizem alguns, “o de começar a viver” de verdade. É onde, teoricamente, se começa a colher os frutos de uma vida inteira de trabalho, de construção de família, de consolidação de amizades. Ao mesmo tempo em que é um período onde notamos mudanças físicas em nossos organismos. Inicia o processo de diminuição natural das reações bioquímicas, que determinam progressiva lentidão no funcionamento metabólico do organismo. Certas doenças crônicas, como as cardiovasculares, têm seu aparecimento clínico em geral ao redor desta faixa etária. Então, o que fazer agora?
Em primeiro lugar, esqueçam as douradas promessas de juventude eterna com substâncias “especiais” (hormônios, pílulas de cactos e outras baboseiras como dietas do tipo sanguíneo, etc.), que melhoram apenas as contas dos “doutores do rejuvenescimento”. Avaliar o estado de seu organismo, procurando as doenças que costumam se manifestar a partir dessa idade com o básico: consulta cardiológica, exames dos níveis sanguíneos de glicose e das gorduras, do funcionamento do fígado, rins e da tireóide, exames de pré-câncer, e um teste ergométrico feito por um cardiologista (que analisará o comportamento do coração e as variações da freqüência cardíaca e da pressão arterial, dos pulmões e todas as modificações do eletrocardiograma).
Estando tudo em ordem, o objetivo é fazer prevenção. Manter uma atividade regular, fazendo aquilo que você está habituado a praticar ou que faz sentir-se confortável, com prazer e bem-estar. Cada um de nós tem habilidades inatas, procure conhecê-las e as use para a escolha da sua atividade física. Esportes comprometidos devem ter uma abordagem mais detalhada, um educador físico que oriente sobre os fundamentos daquele esporte, seja corrida, seja natação, tênis ou outro qualquer, mas o importante seja no esporte ou na atividade física de lazer, exercite-se dentro dos limites fisiológicos que seu médico avaliou.
Além disso, educar-se para uma alimentação saudável, nutritiva, balanceada, rica em fibras e pobre em gorduras e calorias, com muitas verduras e frutas, mais água e menos alimentos industrializados. Consulte seu nutricionista, conheça as características de cada alimento do seu dia-a-dia, afinal, como se diz, “a gente é o que a gente come”. Abandone velhos vícios, não fume, não beba em excesso, não se drogue, não se auto-medique (e lembre-se que balconista de farmácia não é médico – somente seu médico pode iniciar ou trocar medicação). Não se exponha em demasia e sem proteção ao sol ou outros tipos de radiação. Procurar a vivência plena é poder usufruir de todas as condições associadas à satisfação de viver na ausência de doença. Buscar a vida ativa, equilíbrio familiar, profissional e emocional e uma alimentação adequada são os objetivos. Enfim, cuidar-se é a fórmula do bem viver... Antes, durante e depois dos 40 anos.

Dra. Leonora Scherer
Cardiologista