Plantio de arroz est? atrasado no Rio Grande do Sul

Conforme levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), mesmo com a evolução durante a última semana, o Rio Grande do Sul segue com o plantio atrasado. Dados dão conta de que até sexta-feira, 26, a área semeada no estado chegou a 26,5%, ou seja, 275,7 mil hectares. Segundo o diretor técnico do instituto, Valmir Menezes, ainda não há expectativa de perdas de produtividade devido a este atraso, mas poderá ocorrer se uma parcela grande da área for plantada após a metade de novembro.
Em Candelária, mesmo atrasado, o plantio está 5% adiantado em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informou Luciano Siqueira, engenheiro agrônomo do Irga. Conforme ressalta, o instituto conseguiu fazer com que muitos produtores que utilizam o pré-germinado no município iniciassem o plantio mais cedo. “Neste sistema, já temos 3.500 hectares plantados, em torno de 60%. O resto da área de pré-germinado está toda fora de época”, explica. Ele ainda ressalta que estes índices ainda não são o ideal, mas já apresentam significativas melhoras comparados a safras anteriores.
Devido à grande quantia de chuvas registradas durante o mês de outubro, a semeadura nas áreas onde o plantio é convencional ou semi-direto está comprometida. Registros pluviométricos que, mesmo intensos, ainda ficaram abaixo da média normal para o período. De acordo com Siqueira, a expectativa para Candelária, caso a meteorologia seja favorável aos produtores, é de que até o dia 15 de novembro de 60% a 70% da área total do município já esteja plantada. “Se as previsões de chuva se confirmarem, haverá um atraso de mais uns 20 dias”, diz.

A esperança que brota do campo
Na Linha do Rio, o produtor Nilson Hari Hitz, que produz em conjunto com Valdir Emílio Suze, projeta para esta safra o cultivo de 90 hectares de arroz. Segundo explica, o plantio está sendo feito mais ou menos na mesma época do ano passado, com poucos dias de atraso. “No cultivo mínimo não deu para mexer na terra por causa da umidade”, explica, acrescentando ainda que no sistema pré-germinado o processo está mais adiantado, já que a semeadura foi concluída há cerca de 30 dias.
A expectativa do produtor é de que, se a meteorologia colaborar, dentro de mais alguns dias toda a área já esteja semeada. “Na agricultura, é o tempo que manda”, enfatiza. Hitz ainda lembra que outro fator crucial para o homem do campo é a comercialização do produto. “O preço não seria tão ruim se o custo de produção não estivesse tão alto”, queixa-se, ressaltando sua esperança de dias melhores para a orizicultura.