Por:
D?vidas ainda cercam o crime na Castelo Branco
Uma discussão entre um casal natural de Cachoeira do Sul terminou em tragédia na madrugada da última quarta-feira, 31, na rua Castelo Branco, bairro Ewaldo Prass. Segundo uma testemunha ocular do crime, Juliana Teixeira Cerveira, 24 anos, teria sido atingida a facadas pelo seu companheiro Marcus Vinicius de Almeida da Silva, vulgo Jeguezinho, de 30 anos. A vítima chegou a ser socorrida por populares, mas não resistiu aos ferimentos, morrendo momentos após no Hospital Candelária.
DISCUSSÃO – Segundo a testemunha que presenciou os fatos, por volta das 2h20 o casal iniciou uma discussão áspera no meio da rua, próximo a um bar. Jeguezinho teria chegado perto da vítima e ameaçado lhe dar um tiro. Em seguida, ele dado um tapa na jovem, jogando a vítima no chão e, na seqüência, sacado uma faca com a qual desferiu três golpes na altura do tórax. Perdendo muito sangue, Juliana ainda conseguiu caminhar e gritar por socorro, contou a testemunha. Após, Jeguezinho teria fugido do local e não foi mais encontrado durante a madrugada.
PRISÃO – Pela manhã, a Brigada Militar recebeu a informação de que o suspeito estaria tentando pegar um ônibus para Cachoeira do Sul na estação rodoviária de Candelária. O suposto autor do homicídio foi encontrado pelos policiais na rua Sete de Setembro. Em seu depoimento, Jeguezinho disse que só iria se manifestar em juízo. O acusado é foragido do Presídio Estadual de Encruzilhada do Sul desde o último dia 21 de setembro, onde cumpria pena no regime semi-aberto por tráfico de drogas. O suspeito também tem passagens na polícia por estupro, furto, roubo e tentativa de homicídio. Após prestar depoimento, Jeguezinho foi recolhido ao presídio estadual de Candelária.
MOTIVAÇÃO – A polícia cívil já iniciou as investigações sobre o crime. Segundo o delegado Eron Marques de Lemos, o casal teria se instalado na cidade há quatro dias, tendo alugado uma peça na rua em que aconteceu os fatos. Os motivos do crime ainda não estão esclarecidos, mas o delegado não descarta a possibilidade da discussão envolver drogas. “Vamos analisar com cautela. Temos testemunha que afirma que ele cometeu o crime, mas ainda não sabemos por que razão”, salientou. Um dos pontos que está dificultando a investigação é o medo das pessoas de se manifestar sobre os fatos. “Na Ewaldo Prass impera a lei do silêncio”, concluiu o delegado.
Juliana foi sepultada na quinta-feira, 1º, no cemitério das Irmandades, em Cachoeira do Sul. A jovem era filha de Ciro Francisco Severo Cerveira, já falecido, e Angela Maria Freitas Teixeira e neta da advogada Júlia e do médico Marcondes Cerveira. Ela também deixa os filhos João e Luciana. Os serviços fúnebres foram prestados pela Funerária Freitas.