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25/08/2009 16:56
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Mobiliza??o contra a depend?ncia qu?mica

Cerca de 300 pessoas de 20 cidades da região estiveram nas dependências do Clube Rio Branco durante o dia de ontem, 8, para participar do IV Seminário em Dependência Química, Álcool e outras drogas, promovido pelo Hospital Candelária através da Unidade de Recuperação de Dependência Química. Segundo a coordenadora do URDQ, Fernanda Pires, o evento procurou reafirmar o compromisso social da casa de saúde para a qualidade de vida de todos. “Nosso objetivo é mobilizar a comunidade em geral para conhecer e reconhecer a dependência em seu meio. É preciso que saibamos transformar a informação em conhecimento, para que este possa ser vivenciado e compartilhado por todos”, explica. O vice-prefeito Ênio Hübner representou o município no evento, parabenizando o hospital pela iniciativa de debater um tema de tanta importância para a vida em sociedade. Registrou, ainda, a satisfação pelo fato de Candelária ser hoje uma referência regional nas áreas de oftalmologia e dependência química.
As atividades do evento foram norteadas por Marcos José Barreto Zaleski, médico psiquiatra e Mestre em Farmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, e por Josiane Weiss, psicóloga e Mestre em Psicologia do Desenvolvimento. Zaleski explanou sobre noções básicas sobre prevenção e tratamento da dependência de álcool e outras drogas. Ele ressaltou a importância de se trabalhar estas questões em escolas e na comunidade utilizando instrumentos como a proibição de propagandas de álcool na televisão e treinamento do pessoal dos PSFs e de educadores para a implantação de programas de prevenção. Ainda foram apresentadas técnicas de tratamento no âmbito médico e psicossocial - incluindo intervenção breve, entrevista motivacional e terapia de família -, e apresentadas novidades na área de medicamentos de álcool e outras drogas.
Outra palestrante do evento, a psicóloga Josiane Weiss, falou sobre motivação no tratamento do dependente químico. Segundo ressalta, a dependência química se encontra em motivação flutuante. “As pessoas ficam divididas. Ao mesmo tempo em que pensam em lutar para enfrentar o problema, relacionam o que julgam ser bom no uso das substâncias”, explica. Conforme evidencia, o trabalho que precisa ser feito é no sentido de conscientizar o usuário dos problemas ocasionados pelo álcool ou entorpecentes. “A partir daí é necessário encontrar motivos para promover mudanças no comportamento e no estilo de vida”, elucida, ressaltando uma das maiores dificuldades, a sustentação da motivação ao longo dos anos. “Mesmo depois de abstinente, o usuário ainda precisa de reforços para não desestabilizar e sempre enfrentar os problemas de frente”, reforça. E conclui: “É difícil que consigam seguir sozinhos, por isso é imprescindível o apoio em grupos de auto-ajuda e também da família”.