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25/08/2009 16:56
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Domingo sangrento

O agricultor Ruben dos Santos Moraes, de 57 anos, foi morto com pelo menos cinco facadas por volta das 22h30 do último domingo, 18, em sua residência, na rua 24 de Maio. A principal suspeita do assassinato é Odila Almeida da Silva de 40 anos, companheira da vítima. Quatro estocadas atingiram a região torácica do agricultor e uma praticamente o degolou. A polícia trabalha com a hipótese de crime passional porque do relacionamento conturbado entre Ruben e Odila são inúmeras as ocorrências registradas na delegacia de polícia; em sua maioria, Odila se dizia ameaçada de morte. Não existe testemunha ocular do episódio, mas a mãe de Rubem, Albertina Dorvalina Machado dos Santos Moraes, que mora em frente à residência do filho, em depoimento extraoficial disse que ouviu gritos. Ela prestará depoimento na Delegacia ainda nesta semana. Possivelmente houve uma discussão entre o casal, que, após teria se engalfinhado. Odila também ficou gravemente ferida com golpes de faca após a briga, sendo encaminhada ao Hospital Candelária e, ontem, ao Hospital Santa Cruz em decorrência dos ferimentos, um deles no pescoço. Uma faca inox com cabo de madeira e 16 centímetros de lâmina foi encontrada sob a perna do agricultor e recolhida para perícia. Com a morte de Moraes, o número de homicídios em 2007 subiu para 10 (veja matéria na página ao lado). Segundo a Funerária Freitas, o agricultor foi enterrado ontem, às 16h, no cemitério dos Silveira, em Rincão das Casas.

Relacionamento conturbado

Ruben dos Santos Moraes morreu em circunstâncias semelhantes ao homem cuja morte lhe era imputada, em episódio ocorrido em 2 de junho de 2003. O crime, também caracterizado pela passionalidade, aconteceu na rua General Osório, 401. Naquela noite, por volta das 22h, ele teria arrombado a porta da casa onde morava a companheira Odila Almeida da Silva, na época com 35 anos, e, com uma faca, degolado Enedino Gomes da Silva, 55 anos, que estava na cama com a mulher. Na ocasião, ela ficou ferida depois da briga a golpes de faca. A filha menor da vítima, em depoimento na delegacia de polícia, disse que a mãe e o suspeito estavam separados há alguns meses e que ela o teria abandonado por que era espancada com freqüência. Inconformado com a separação, Rubens chegava a ameaçar de morte o filho de três anos que tinha com Odila caso ela não voltasse para ele. Após ter sido esfaqueada pelo ex-companheiro, Odila ainda correu na vizinhança em busca de socorro enquanto que Moraes fugiu do local. Tempos depois, o casal voltou a se reconciliar.
JÚRI – Levado a julgamento pela morte de Enedino da Silva, Moraes foi condenado, mas o júri acabou sendo anulado pelo Tribunal de Justiça do Estado. Depois disso, foi marcada nova sessão do Tribunal do Júri, desta vez para o mês de outubro último. Diante do não-comparecimento do reú, o juiz Gérson Martins da Silva decretou a sua prisão preventiva, que foi revogada no momento em que Moraes se apresentou voluntariamente e declarou endereço fixo. O juiz já havia marcado a nova data para o julgamento: 14 de março de 2008.