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25/08/2009 16:56
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Trabalhadores do vestu?rio devem intensificar mobiliza?

Os trabalhadores do ramo do vestuário decidiram em assembléia nesta segunda-feira, dia 3, que além de não fazerem horas-extras também irão intensificar a mobilização, caso os empregadores não apresentem uma proposta que atenda as reivindicações da categoria. A reunião que o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário do Vale do Rio Pardo (Sintravestuário), ligado à CUT, terá com o Sindicato da Indústria do Vestuário (Sindivest) nesta quinta-feira, dia 6, a partir das 9h30, será decisiva para os rumos da campanha salarial deste ano. As negociações vêm ocorrendo desde outubro, mas não tiveram avanços significativos. A data-base da categoria é 1º de outubro.
Na assembléia realizada nesta segunda-feira, dia 3, os trabalhadores decidiram que não vão continuar fazendo horas-extras enquanto os empregadores não apresentarem uma proposta que atenda as reivindicações da categoria. De acordo com o dirigente do Sintravestuário, Jonas Mello de Oliveira, a reação dos trabalhadores já surtiu efeito. “Alguns empresários já nos ligaram propondo fechar acordo por empresa, alegando que precisam que os trabalhadores façam horas a mais para que possam cumprir os contratos”, relata.
Além disso, na assembléia os trabalhadores definiram pela ampliação e intensificação da mobilização se os empregadores não apresentarem uma proposta que seja satisfatória. Os detalhes já foram acertados, estão apenas aguardando o resultado da reunião para colocarem em prática a ação. A categoria avaliou que é inaceitável um reajuste que vai de apenas 4,92% a 5%.
Em uma das negociações, o Sindivest já havia apresentado a possibilidade de reajustar todas as faixas dos pisos em 5,98%. A pauta de reivindicação dos trabalhadores inclui um reajuste de 4,92%, 10% de aumento real e salário normativo de R$ 630,00. Além disso, querem a inclusão e a melhoria de cláusulas sociais como participação nos lucros e resultados, auxílio estudante, auxílio refeição/alimentação, entre outras. “Nestas questões que outras categoria já recebem, proporam apenas manter o que já está no acordo anterior”, destacou Oliveira.
Na opinião de Oliveira, a maneira como o Sindivest está tratando a campanha salarial demonstra total falta de respeito com os trabalhadores e de responsabilidade social do empresariado do setor. Ele argumenta ainda que os trabalhadores não estão reivindicando um absurdo. Comparando com um salário mínimo que acumulou um percentual de 151% entre 2000 e 2007, os trabalhadores do vestuário, se aceitassem a proposta de reajustar os salários em apenas 5%, iriam fechar um reajuste médio de 77%, equivalente ao período. “A defasagem é muito grande e estamos apenas comparando com o mínimo”, lembra.