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25/08/2009 16:56
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Cuidados com o p?ndulo

"Quando Deus te desenhou, ele tava namorando". Com essas palavras, Armandinho, músico renomado, começa uma canção romântica direcionada a sua amada, reconhecendo a beleza da mulher.
Esta bela obra de arte divina, entretanto, sofreu muitas injustiças ao longo da história. Uma delas culminou com a morte de 129 mulheres. Isso aconteceu nos EUA, no dia 08/03/1857, quando mulheres trabalhadoras em fábricas de vestuários protestaram contra as más condições de trabalho. As protestantes foram trancadas no interior da fábrica pelos patrões - que atearam fogo no prédio. A luta contra injustiças tem dado resultados! As mulheres têm conseguido muitos avanços, mas, sem dúvida, as injustiças ainda estão por aí. Quero, no entanto, chamar atenção para o seguinte: a história costuma ser escrita em forma de pêndulo (de um lado para o outro). É preciso cuidar com os extremismos! Tenho medo de que os movimentos feministas se tornem extremos e acabem perdendo a sua essência! O extremo do machismo ainda existe, mas está enfraquecendo dia a dia. A conseqüência do machismo exagerado foi que muitos homens chegaram ao final dos seus dias e viram, tarde demais, o quanto haviam perdido. Viram que não construiram uma história importante na vida dos filhos! Muitos, inclusive, acabaram perdendo o amor das tão maravilhosas mulheres, tudo devido ao extremo machismo. Minha reflexão é: "será que muitas mulheres, no afã do feminismo, não correm o mesmo risco, o risco do pêndulo, o risco dos extremos?
Chamou-me a atenção as palavras da cronista Xênia - que escreve para a revista Ana Maria. Ela afirma que foi a primeira mulher a defender na televisão a realização da mulher independente, aquela que conquistaria o seu lugar no mercado de trabalho. Hoje, ela pergunta se fez a coisa certa, se valeu a pena. Uma parte dos seus escritos diz assim: "depois que a mulher se emancipou, o mundo desabou, nós segurávamos o mundo! Mas, como os elefantes, não sabíamos a força que tínhamos. E parece que perdemos muito dessa força. Em vez de criarmos a nossa história, seguimos o modelo masculino simplesmente porque ele era o único que tínhamos para copiar! E, como imitar é suicidar-se, a verdade é que o mundo ganhou mão de obra qualificada bem mais barata e perdeu a orientadora da humanidade".
Xênia elogia a super mulher, e declara seus méritos, mas com relação as novas gerações, ela escreve: Infelizmente, essa fantástica mulher está desaparecendo e dando lugar a uma geração de mulheres que se orgulham de não saberem nem fritar um ovo. Coitadas!! Quem não sabe fazer, também não sabe mandar!" Sobre a dona-de-casa ela escreve: "Elas não são intelectuais, mas são sábias!"
Nem todas as mulheres são donas-de-casa, nem precisam ser, mas sabedoria é um dom bem-vindo para todos e para todas. Deus, o supremo artista, criador de homens e mulheres, diz assim: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (Pv 9.10). E ainda: "A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos a derruba." Pv 14.1.
Quanto ao pêndulo, como diziam grande parte dos filósofos: "O caminho do meio é o melhor, nada de extremos!" No presente assunto, o caminho do meio é aquele em que homens e mulheres são obviamente seres diferentes, mas que devem igualmente respeitar e serem respeitados, pois perante Deus não há distinção entre eles. (Gl 3.28). Mas, convenhamos, o Criador caprichou "no desenho da mulher!" como canta Armandinho. Contudo, sábias e realmente belas, são aquelas que conservam a beleza interior. (Pv 31.25).

Pastor Ismar Pinz