Revendo conceitos

Desde quando inaugurada a praça do “pedrão” (pedra grande) no Rincão Comprido, prostrou-se uma beleza impar no local, com todos os requisitos necessários para uma boa conduta. Ninguém ainda tivera tentado desafiar sua imponência, mas com tamanha inocência se instalou na banda central desta praça um barraco de melancia, querendo competir com o paisagismo do local e, por que não dizer, desequilibrar o ecossistema.
Só uma criança não saberia as conseqüências! Foi através de uma luz fria que uma estrela brilhante iluminou o “Farias” (do Conselho Municipal de Trânsito) e, como um felino que está tendo sua prole ameaçada, em um estalo a singela obra mudou de lugar. Desafiando as normas de uma boa educação urbana, outro barraco de melancia foi parar a alguns passos dali, fora do alcance fiscalizador do “Farias”. E agora, o que fazer?
Se tivéssemos tantos “ Farias” quanto as necessidades e com maiores atribuições, poderíamos até pensar em trocar velhos conceitos: cavalo e carroça não podem competir com automóveis em centros urbanos, e que o lixo produzido por este costume rural fique no campo. Que a saúde devemos colocar em primeiro plano ouve-se todos os dias na mídia, e nós, neste caso, o que fazemos? Temos feiras rurais para quê?
Nossa cidade é ordeira e limpa, podemos deixar que pessoas de fora mudem a nossa ordem? E muito menos ouvir gente que nos visita dizer que a cidade está com roupa de festa, só que esqueceu a bunda de fora.
• Pedro Paulo Vaz Ribeiro, o “Pedrão”
Engenheiro Civil – dompedrao@hotmail.com