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25/08/2009 16:56
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Cen?rio de horror no campo

Parece improvável, mas não é. Em três segundas-feiras produtores da região campeira de Candelária sentiram a força da natureza. Incidências de vento, chuva e granizo causaram destruição e medo por onde passaram, trazendo incertezas e prejuízos aos agricultores. A primeira ocorrência foi no dia 19 de novembro, temporal que arrancou árvores e assolou lavouras, principalmente nas localidades de Sanga Funda, Bom Retiro, Rincão da Lagoa e Capão do Valo. Duas semanas depois, na segunda-feira do dia 3 de novembro, mais vendaval e registros de granizo, novamente na parte sul de Candelária.
Esta semana, na segunda-feira, 10, uma nova tempestade arrasou a localidade do Campo da Estância, a 25 km de Candelária. Os fortes ventos e chuvas atingiram principalmente as propriedades dos irmãos Air e Almir Menezes, com maior intensidade nas terras de Air. Segundo relatou à reportagem da Folha, o temporal ocorreu de forma localizada, como caracterizadamente ocorreu nas incidências anteriores. “Em menos de um quilômetro da minha propriedade não houve sequer vento”, conta. Foram mais de 85 milímetros de chuva em aproximadamente 20 minutos.
Para o produtor, que vinha da lavoura, o susto e o desespero foram enormes, já que presenciou quando a ventania destelhou seu galpão. Dentro da estrutura, um dos empregados também passou por momentos de pânico. Após se esconder embaixo de um graneleiro, ele entrou em sua residência, que também foi destelhada, e socorreu a esposa e a filha de um ano, que se abrigavam sob uma mesa.
PREJUÍZOS – Depois da chuva, nada de abonança. Momento para contabilizar os estragos e começar a reconstruir tudo. Os aproximadamente 30 sacos de semente de soja que estavam no galpão e em um caminhão foram perdidos. As lavouras de soja plantadas nos três dias anteriores ao temporal também terão que ser replantadas. Além disso, o galpão ficou inutilizável e terá que ser reconstruído. “A agricultura já tem dificuldades com a comercialização, agora ainda estão aumentando os problemas com o clima”, queixa-se. “A gente tem que plantar de duas a três vezes para ter uma colheita. Isso é inviável”, acrescenta. Segundo o agricultor, todas essas inconstâncias do tempo só podem estar relacionadas ao aquecimento global. “As tempestades estão cada vez piores. Já não sei mais o que vem pela frente, já que nem as previsões metereológicas estão acertando”, alega, ressaltando que não havia nenhuma previsão de chuva para a última segunda-feira. “Temos que trabalhar sempre com a possibildiade de mau tempo”, conclui.