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25/08/2009 16:56
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Produtores querem 19,5% de reajuste no pre?o do fumo

Depois de dois dias de visitas às empresas fumageiras, as entidades representativas dos produtores de fumo, formadas pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas Federações dos Sindicatos Rurais e dos Trabalhadores Rurais, oficializaram proposta de reajuste do preço do fumo. Elas querem 19,5% de reajuste, índice a ser aplicado sobre a tabela da safra passada. O pedido foi entregue ao presidente do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), Iro Schünke, durante encontro ocorrido na tarde do último dia 19, na sede da entidade empresarial.
Além do aumento da tabela, de acordo com o presidente da Afubra, Benício Werner, a proposta contempla também 5% de bonificação para os produtores adimplentes, calculado sobre o volume entregue durante a presente safra. Para os inadimplentes, o pedido trata do alongamento das dívidas, com prazo mínimo de 5 anos e juros zero, e 5% de bônus, a título de rebate, calculado igualmente sobre o total de fumo entregue durante a safra 2007/08. A Afubra e as federações pediram urgência sobre o preço do tabaco. A proposta pedia encontro de negociação na segunda semana de janeiro. O presidente do Sindifumo, no entanto, alegou dificuldades em virtude do recesso tradicional das indústrias a cada fim de ano. Diante disso, foi acordado encontro para os dias 16 e 17 de janeiro. A confirmação, porém, ainda depende de consulta às empresas, que será feita pela entidade industrial.
AGENDA - Para as entidades dos produtores, a cadeia do complexo agroindustrial do fumo tem apresentado, nos últimos anos, um definhamento contínuo da renda dos produtores, mostrando que as estratégias de negociação tem apresentado resultados muito tímidos no tocante à valorização do tabaco. Como argumento, destaca o presidente da Afubra, o último acordo entre as partes ocorreu na safra 2002/03. “Desde então, houve significativa perda para os fumicultores em relação ao retorno financeiro proveniente da atividade”, comenta Werner. Segundo o dirigente, o problema surgiu, em parte, pelo crescimento desordenado da fumicultura nos últimos anos. “Houve um afã em atender a demanda, mas que não levou em consideração a infra-estrutura, disponibilidade de mão-de-obra e a vocação produtiva dos fumicultores, especialmente pela abertura de áreas sem tradição na produção de tabaco, o que elevou à inadimplência”, argumenta Werner.
A proposta dos produtores é a construção de uma agenda política comum, visando definir estratégias para o conjunto da cadeia. “O pensamento é resgatar o modelo de produção integrada, pautada na valorização e fidelização, na adoção de sistema de classificação e comercialização justo e transparente, reconstituição conjunta do custo de produção e, especialmente, a necessidade urgente de construir cronograma de ações, com estratégias de curto, médio e longo prazo”, sintetiza Benício Werner. Como ponto de partida, o dirigente ressalta ser necessário que, a partir da atual safra, haja reposição do preço do fumo que proporcione remuneração justa aos fumicultores.