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25/08/2009 16:56
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Jacobi ? acusado de disparo de arma em via p?blica

A cobrança por um serviço de pintura teria resultado em tiros na noite da última quarta-feira, 7, em pleno centro da cidade. É o que consta de registro feito na Delegacia de Polícia local por um dos envolvidos no episódio. O acusado é o vereador Rogério da Silveira Jacobi, que teria disparado pelo menos dois tiros após desentender-se com o pintor Cláudio Francisco Tavares, conhecido por “Nonô”. Segundo a ocorrência assinada pelo pintor, em fevereiro deste ano ele teria feito a pintura da residência do vereador. No momento do acerto, Jacobi teria argumentado que a pintura não ficou boa e que não iria efetuar o pagamento combinado. Na noite da última quarta, por volta das 23h, ao dirigir-se para sua casa, na avenida Pereira Rego, Tavares teria encontrado Jacobi em frente ao prédio do Ipe e se dirigiu a ele com a finalidade de acertar o serviço. Segundo narrou na DP, Jacobi mostrou-se bastante alterado diante da cobrança e depois da discussão teria desferido um chute na perna esquerda do pintor. Na seqüência, o vereador teria dito “espera aí que tu vai ver” e, logo após, entrado em seu veículo, de onde buscou uma arma de fogo. Tavares não soube identificar se tratava-se de um revólver ou uma pistola e que neste momento saiu do local. Segundo ele, Rogério Jacobi teria disparado por duas vezes, mas nenhum dos tiros o atingiu.
OUTRA VERSÃO - Ouvido pela reportagem no final da manhã de ontem, Jacobi apresentou outra versão a respeito do caso. Segundo disse, ele, o vereador André Rohde e Djalmo Júnior conversavam em frente ao escritório do último, que funciona junto ao prédio Ipe, quando Tavares se aproximou para cobrar o serviço de pintura. Jacobi confirmou que a desavença com o pintor surgiu em fevereiro. Ele explicou que tinha viajado e deixado o pintor responsável por consertar algumas paredes e depois pintá-las. Ao retornar, não gostou do serviço, uma vez que teria combinado com Tavares que as paredes deveriam receber aplicação de massa corrida antes da pintura. Descontente, teria dado um prazo até 15 de março para que Tavares refizesse o serviço, sob pena de acioná-lo judicialmente. Na noite de quarta-feira, alega ter sido interpelado por Tavares, que o teria derrubado, sendo após a briga apartada pelo vereador André Rohde. Jacobi confirmou que seguiu no encalço do pintor. “Logicamente eu iria revidar”, salientou, dizendo depois que não conseguiu alcançá-lo. Ele negou a acusação de ter disparado tiros na direção do pintor. Sustentou, no entanto, ter escutado um estampido, que não sabe dizer se foi tiro ou “bombinha”, disparado por alguém da vizinhança ou pelo próprio pintor. Jacobi disse, por fim, que antes de apresentar-se à DP iria procurar seu revólver para que a policia pericie e verifique se algum tiro foi disparado por ele. No início da tarde, porém, o vereador contatou a redação da Folha para dizer que não encontrou a arma em sua residência. Salientou não poder acusar ninguém sobre o desaparecimento do revólver da marca Taurus, calibre 38, mas lembra que a última pessoa estranha que esteve na casa foi justamente o pintor Tavares.
ATENTADO - Não é a primeira vez que o vereador Rogério Jacobi tem seu nome envolvido com disparos de arma de fogo. Na véspera da eleição de 2004, ele registrou na DP ter sido alvo de um atentado em sua residência, na época localizada na rua da Praia (próxima à saída da Prainha). Segundo relatou, eram cerca de 2h30min da madrugada quando foram disparados tiros contra a casa. Um projétil teria atravessado a janela de seu quarto, atingindo um espelho sobre a cabeceira da cama. Um segundo tiro teria perfurado a parede e encontrado sobre a cama. As investigações policiais não identificaram a autoria do alegado atentado.