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25/08/2009 16:56
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Renunciar

A renúncia de Fidel Castro foi comentada em todos os cantos do mundo. Ele governou Cuba durante 49 anos.
Renunciar é uma atitude difícil, ainda mais em se tratando de um homem que comandava tudo e a todos em seu país. Dizem os comentaristas políticos que ele continuará mandando por fora, mas de oficial sabe-se que ele renunciou.
E você, amigo leitor? Você já teve que renunciar algo em sua vida? Aposto que sim! Talvez não um cargo tão importante como o de Fidel Castro, mas algo menor, porém igualmente importante. Alguns precisam renunciar os estudos por causas financeiras, outros renunciam um relacionamento por causas profissionais.
Quero ainda falar de outras renuncias. Vou denominá-las de espirituais - pois se referem ao nosso relacionamento com Deus. A Bíblia fala da necessidade de nos rendermos perante Deus. Ela nos convida a entregarmos o comando da nossa vida às mãos divinas, em outras palavras, ela nos convida a renunciarmos certos interesses egoístas, nos convida a renunciarmos determinados valores e costumes.
Um dos textos mais emblemáticos nesse sentido e que nos deve gerar profundas reflexões está escrito no livro de Marcos 8.35-36. Ele nos diz assim: “Quem quiser, pois, salvar a sua vida, perdê-la-a; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, salvá-la-a. Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Uma outra maneira de traduzir este texto é assim: “Pois quem põe os seus interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira” (v.35).
A Palavra de Deus mexe e remexe os nossos mais íntimos sentimentos. Afinal, somos naturalmente egoístas, Deus, no entanto, nos propõe uma vida de amor. O verdadeiro amor sempre se sacrifica, pois ele destaca a valorização do outro, a própria valorização de Deus. Muitas vezes isso implica em negar-se a si mesmo. Enfim, isso implica “renúncias”. E, como já mencionamos, renúncias são difíceis.
Estamos vivendo na Quaresma. Época de arrependimento. Arrepender-se verdadeiramente é muito mais que um lamento, o arrependimento verdadeiro gera “renúncias”. No arrependimento proposto por Deus precisamos “renunciar” os antigos erros e pecados e assumir uma nova caminhada.
As “renúncias” são efetivamente difíceis, mas, muitas vezes, são necessárias, especialmente quando sugeridas por Deus. Que a grande renúncia feita por Jesus, ao entregar a própria vida sobre a cruz, nos comova e anime a viver no amor que se “rende” diante das necessidades das pessoas ao nosso redor.
Um “ditador”, como Fidel pode ditar as próprias regras, mas os cristãos vivem sob o comando e sob o amor de Deus.

Pastor Ismar Pinz