Por:
Prefeitura prope 5%. Sinfucan diz que ndice no repe perdas
A negociação em torno da reposição salarial dos funcionários da prefeitura encerrou na última sexta-feira, 7, quando o executivo municipal majorou em 1% a proposta inicial, de 4%. Os 5% oferecidos pela prefeitura serão acrescentados à folha de pagamento de março em uma só vez, segundo o vice-prefeito Ênio Hübner por solicitação dos servidores. Descontente, a comissão que foi à prefeitura negociar com o executivo relatou que as perdas apuradas no período compreendido entre março de 2004 e fevereiro de 2008 chegam a 27,35%. Conforme levantamento do Sinfucan, se descontados os 8,19% já repostos pela atual administração e outros 4% oferecidos a mais em 2003, a desfasagem seria de 15,16%. Para repor o índice, a proposta do sindicato era de 12% de reposição neste ano mais 2% em 2009 e 1,16% em 2010.
CRESCIMENTO – A prefeitura apresentou outros números. Com base no mesmo período, o vice-prefeito relatou que a folha de pagamento cresceu 24,46% Neste número estão computados os percentuais repostos e o crescimento vegetativo, como os quinqüênios e as vantagens a servidores. O aumento no quadro funcional também foi adicionado. Segundo Hübner, o número não é significativo, mas apenas necessário para atender à demanda da máquina pública. “Se dos 27,3% apurados pelo Sinfucan fossem descontados os 4% oferecidos a mais em 2003 e o crescimento da folha no período (24,46%), teríamos ainda um aumento real de 1,11%”, esclareceu o vice.
LIMITES – Ênio Hübner esclareceu que este é o percentual máximo que se pode chegar, levando em conta os dois limites com que a prefeitura trabalha: o da capacidade em poder pagar a folha de pagamento e o do limite prudencial imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele enfatizou que graças ao aumento da arrecadação é que a prefeitura consegue honrar o compromisso de pagar em dia os funcionários. “Os antigos gestores trabalhavam somente para administrar a folha de pagamento. Hoje o que se vê é o executivo com a visão voltada para um todo”, salientou. “Temos muita consideração pelos servidores, mas por outro lado é preciso entender que existem outras 30 mil pessoas que pagam impostos e dependem muito da prefeitura”, concluiu.
SINFUCAN – O Sinfucan discorda dos números da prefeitura e diz que o crescimento vegetativo da folha não pode servir de parâmetro para reposição, uma vez que os benefícios fazem parte do plano de carreira. Um levantamento feito pela entidade apurou que, com base no crescimento da receita, se fossem ofertados12% de reposição o índice ficaria ainda abaixo do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Os representantes do Sinfucan queixaram-se que o prefeito teria mudado o discurso da época de campanha, quando teria prometido a valorização da classe. Por fim, ponderaram que não querem reajuste, apenas o mínimo legal apurado pela inflação, uma vez que a receita da prefeitura aumentou em 45% enquanto que os servidores tiveram reposição de 8%. Mesmo assim, a prefeitura manteve a posição e enviou ontem à tarde à Câmara de Vereadores o projeto de lei estabelecendo a reposição em 5%.