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Embrio, zigoto ou nen?
Debates são muito legais! São mais legais ainda quando todos analisam dois lados com profundidade e, então, emitem opinião. Atualmente isso é raro, muito raro! Pois, a mesma mídia que informa, faz a cabeça dos informados. A conseqüência disso é que acabamos pensando e decidindo conforme a opinião daquele ator, atriz, ou daquele big-brother, que cá para nós, nem sempre é muito inteligente.
O debate atual é sobre a possível liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias.
Que pesquisa é essa? É uma pesquisa que utiliza um embrião. O que é um embrião? É o nome dado para as pessoas no início de sua vida, isto é, o nome dado para a conseqüência da fecundação do espermatozóide com o óvulo, ou falando mais diretamente, é um nenê bem pequenino!
Esse pequeníssimo nenê possui cerca de 100 células-tronco. Para retirar essas células do nenezinho, seria necessário destruir o embrião, isto é, matar o nenezinho. O que está se decidindo na Justiça é se os cientistas podem matar esse nenezinho para as pesquisas ou se não podem matá-lo.
Alguns dizem que esse nenezinho ainda não é um nenezinho! Mas isso é apenas uma questão de palavras, nomes e apelidos. Palavras são usadas para definições. Para o conhecimento do leitor, tecnicamente se diz que o encontro do espermatozóide do homem com o óvulo da mulher forma o zigoto. Portanto, Zigoto foi o primeiro apelido que você e eu recebemos! Depois, entre 4 a 10 dias, já crescidinhos, você e eu fomos chamados de Mórula, depois de Feto e assim por diante. Eu simplifico e chamo todos esses aí, isto é, os zigotos, as mórulas e os fetos de: nenezinhos. Acho mais bonito assim!
Apenas para complementar... os apelidos e palavras conceituadas continuam. Depois de nenezinho, chamamos de crianças, depois de crianças, pré-adolescentes, depois de adolescentes, adultos, idosos, etc.
Quando era pequeno meus pais insistiam que eu deveria respeitar os mais velhos. Hoje sei que também devo respeitar os mais novos, inclusive os amigos Zigotos! Aliás, voltando ao assunto das células-tronco, é por isso que eu sou contra essas pesquisas! Não gostaria de ser deixado em um tubo congelado, muito menos de ser morto para me arrancarem as tripas, ou melhor, as células-tronco.
Houve sociedades antigas que, sendo bem práticas, matavam os velhinhos, porque segundo eles, os velhinhos não prestavam para mais nada. Outras sociedades matavam os deficientes, pois, segundo eles, os deficientes atrapalhavam muito. Eles eram práticos! Pois bem, agora, a nossa sociedade, sem querer pensar nos pequeníssimos zigotos e mórulas, quer matá-los, afinal, eles vão pro lixo mesmo, não servem para mais nada. Tenho certeza de que, logo logo, vão querer matar os amigos Fetos também, ainda mais quando esses vierem atrapalhar mães e pais já atrapalhados. Penso que farão isso acabando com a palavra aborto. Darão um nome mais bonitinho para este assassinato.
O fato é que os cristãos, como eu, estão se posicionando contra as pesquisas, não por serem ignorantes ou retrógrados, mas por defenderem a vida, como um dom divino, em todas as suas fases, seja um zigoto, uma mórula, um embrião, um nenê ou um velhinho.
O debate tem muitos prós e contras, mas continuo com o princípio de que os fins, por mais louváveis que sejam (como a cura de doenças), não justificam os meios.
Pastor Ismar Pinz