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25/08/2009 16:56
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Cru... um tapinha no di

Vocês lembram da música “Um tapinha não dói”? É mais uma destas músicas que tocou em quase tudo que é rádio, além de programas de televisão. No entanto, a Justiça Federal de Porto Alegre condenou a Produtora que lançou esta música a pagar uma multa de R$ 500 mil. Esta multa foi publicada dia 25/03. Eles condenaram a Produtora por considerarem que a letra da canção banaliza a violência e estimula a sociedade a inferiorizar a mulher.
Muitos dizem: “Ah! Mas é só uma música!!” Isso revela que poucos sabem a força de uma canção e como a letra dela fica enraizada lá no nosso inconsciente.
A música do momento é o “Créu”. Creio que esta música não será condenada, até porque a análise de sua letra seria muito demorada! Existem duas ou três frases seguidas da palavra “Créu”. A fama de tal música se revela quando percebemos que meninos e meninas de 4 anos realizam o movimento que caracteriza a dança desta canção. Os pais, tios, padrinhos, em sua maioria, não apenas dão risadas diante da situação, como em muitos casos dançam junto, afinal, como dizem por aí, é apenas música!
Como já disse: creio que essa canção não será multada, pelo menos não em dinheiro. No entanto, creio que a multa, ou seja, o preço de canções como essa será pago no futuro, ou até mesmo no presente. Afinal, ela banaliza as relações. O que chamavam de “fazer amor”, agora é chamado de “créu”. Os estupros aumentam, as separações conseqüentes de intransigência e traições multiplicam-se. Famílias são destruídas, crianças e jovens sofrem, e daí? Créu para todo mundo!
As letras das músicas populares são riquíssimas fontes de estudo sobre a sociedade e seus valores. Roberto Carlos começa uma de suas famosas canções com a seguinte frase: “Eu tenho tanto para te falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande, o meu amor, por você.” Não posso citar toda essa música, mas basta mencionar que ela fala de estrelas, de mar, de céu, de infinito.
Volto a repetir o início desta canção. Ela diz: “eu tenho tanto para te falar”. Pois, algumas músicas escancaram que não há nada para se falar. Isso não revela apenas uma mente vazia, mas também um coração cheio! Cheio de tudo, menos de pureza e amor!
A Bíblia diz: “a boca fala do que está cheio o coração. (Lc.6.45).” Aliás, a Bíblia está cheia de letras de antigas canções. O livro de Salmos é um belo exemplo disso. São letras que revelam um caminho de luz e de salvação. No entanto, os caminhos de trevas, violência e morte estão ao nosso redor.
Um exemplo da força da violência é a morte do professor Ozório Alceu Feline, em Vacaria, RS. Sua morte foi em função de facadas recebidas ao tentar apartar a briga de duas alunas.
Será que esta violência toda tem a ver com letras de música? Não deve ser a causa principal, mas penso que elas influenciam. As canções não são apenas causas, mas também sintomas de uma sociedade com poucos valores e que cada vez mais banaliza a vida, a sexualidade, o respeito, e, sobretudo, banaliza o próprio Deus.
Que o Senhor Jesus, que ouviu vozes “cantando”: “Crucifica! Crucifica!”, mas respondeu com “sonoras” palavras de perdão, conceda-nos forças, mentes lúcidas e corações cheios de amor, para peneirar o que se ouve por aí e para agir de acordo com a sua vontade.