Gremista vira colorado aos 73 anos

Quem nasce no Rio Grande do Sul escolhe Grêmio ou Internacional como o time do coração. Mesmo nas grandes vitórias ou nas piores derrotas, a maioria dos torcedores se mantém fiel ao time que escolheu quando criança e torce até a morte. Mas um torcedor em especial resolveu mudar de opinião e de torcida aos 73 anos de idade. Decepcionado, o agricultor aposentado Hildo Karnopp, residente na localidade de Linha Alta, resolveu trocar o manto tricolor, o qual vestia desde criança, pelo vermelho do colorado.
Hildo conta que sempre foi gremista e torcia fervorosamente pela equipe tricolor. “Minha esposa, meu filho e a maioria dos meus amigos são colorados e sempre que o Grêmio perdia tinha que ouvir a flauta deles”. Nas últimas duas semanas, Karnopp não agüentou a corneta com a eliminação do Grêmio no Campeonato Gaúcho e também na Copa do Brasil. “Foi uma vergonha perder daquela maneira”, sentenciou. Influenciado pela família e pelo amigo colorado Nestor Rutsatz, que o presenteou com um boné, uma camiseta e uma cuia de chimarrão, Hildo resolveu virar a casaca e passou a integrar as fileiras para o time do Beira-Rio.
TOUCA – Com exceção da derrota para o Paraná, na primeira partida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, Karnopp disse que até então estava invicto como torcedor colorado. “A partir de agora não quero mais sofrer; quero ganhar muitos títulos”, adiantou. Sobre as finais do Gauchão 2008, Karnopp espera que o colorado tire a touca verde do Juventude e conquiste o campeonato gaúcho. “Mesmo desfalcados, vamos ganhar as duas partidas por 2x1”, palpitou. Indagado sobre a possibilidade de algum dia voltar a ser torcedor do Grêmio, o agricultor foi enfático: “Ser gremista, nunca mais”.
OUTRAS CONQUISTAS – Hildo Karnopp é bastante conhecido na região por suas vitórias em competições no mínimo curiosas. Segundo o amigo Zeno Christmann, há 15 anos, na localidade de Formosa, município de Vale do Sol, Karnopp topou uma aposta valendo uma caixa de vinhos. Para ganhar, ele teria que comer seis quilos de lingüiça fervida. Com o estômago vazio e auxiliado por um apetite fora do comum, Karnopp mandou os seis quilos de lingüiça goela abaixo, para espanto dos amigos, e arrebatou a caixa de vinhos. Algum tempo depois, em um almoço em Candelária, sem Karnopp saber seus amigos apostaram uma caixa de cerveja com o então médico Seider Fuss, de Arroio do Tigre, Ganhava quem conseguisse comer uma paleta de ovelha de 4kg. “O Seider e o Karnopp se sentaram à mesa e iniciaram a disputa. Sem saber da aposta, o Karnopp venceu, pois além de comer toda a paleta ainda pediu mais dois espetos”, contou, aos risos, Zeno Christmann.
Esse é Hildo Karnopp, uma pessoa simples e que vive intensamente as emoções do futebol, expressando os verdadeiros sentimentos pela equipe pela qual torce. Já vivenciou as alegrias e tristezas pelo lado azul. Agora ele sentirá as mesmas emoções do lado vermelho. E viva o futebol!