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Vidas no poro
Foi o pior caso de que tive notícias! Foi o caso mais horripilante de que ouvi falar! Foi mais cruel do que o assassinato da menina Isabella. Em muitos sentidos, foi pior que o genocídio contra os judeus, e mais tenebroso que a própria crucificação de Jesus!
Posso estar sendo precipitado, mas assim que vejo, analiso, julgo e sinto a barbárie registrada na Áustria cometida por um senhor chamado Josef Frietzl.
Permitam-me contar o caso: Frietzl, hoje com 73 anos, aprisionou sua filha Elisabeth que hoje tem 42 anos em um porão. O detalhe é que ele fez isso em 1984! Ele, portanto, a manteve na prisão domiciliar por 24 anos! A mulher de Frietzl julgava que a filha tinha fugido pois recebera uma carta da filha dizendo que não queria ser procurada. No entanto ela estava presa e fora obrigada a escrever a carta para despistar. O pior é que não foi somente isso! Durante este tempo o austríaco abusou sexualmente de sua filha e ela, em decorrência disso, teve sete filhos, frutos do incesto! Todos esses filhos nasceram dentro do porão! Três dos filhos foram colocados na porta da casa com uma carta, simulando que a filha Elisabeth, que supostamente teria fugido, os havia abandonado, para que os avós cuidassem deles! Outros três filhos cresceram no porão, sem nunca terem visto a luz do sol. Em decorrência disso, contraíram doenças na pele e possuem dificuldades de enxergar na claridade. Outro nenê teria morrido - e Frietlz, para despistar, queimou o pequeno cadáver! É quase inimaginável!
Reflito e penso, uso a minha memória e chego à conclusão de que este foi o pior ato de que já tive notícia! Foi a maior crueldade de que já ouvi falar! Um dos agravantes foi o fato de ser ação de um pai, isto é, alguém que teoricamente deveria proteger e garantir a liberdade. Mas, o que mais me intriga, são os dias, semanas, meses e anos que se passaram, sem que a consciência o obrigasse a relatar a verdade! O que me intriga são os detalhes armados para acobertar a monstruosidade, detalhes como o isolamento acústico no porão! Ele seguia naturalmente a sua vida como se tudo fosse normal. Dizem que ele se vestia muito bem, que gostava de pescar e conversar. No entanto, “no porão” virava um monstro, ou melhor, revelava quem ele realmente era!
Talvez não cometamos barbáries tão horripilantes como essa, mas, cada um comete os seus pecados, cada um os oculta em “porões” especiais! Chamo veementemente atenção daqueles que vivem em pecado, isto é, que pecam de maneira insistente, de maneira planejada, de maneira contínua. Como ministro da Palavra de Deus eu aviso: larguem esses pecados e arrependam-se!
Digo isso porque conheço gente que, a exemplo da novela das oito da Rede Globo, possuem “duas caras”, são pessoas que há anos possuem um(a) amante, vivem de falcatruas e covardemente não assumem os erros, vivem escondendo os erros “no porão”. Triste e cruel será a eternidade destes que deixam de apegar-se a Cristo para segurarem firmemente os seus pecados com as duas mãos, tentando ocultá-los nos “porões” da vida!
Aqui neste mundo, os juízos são demorados e muitas vezes a impunidade reina, mas ai daqueles que vivem uma vida oculta, uma “vida no porão”, uma vida de amor ao pecado!
Quem avisa amigo é... Não poderia deixar de avisar e lembrar que Jesus se apresenta como nosso melhor amigo e quer, com seu poder e amor, fazer-nos mudar de vida, fazendo-nos sair do porão!
Pastor Ismar Lambrecht Pinz