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25/08/2009 16:56
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Juventude Rural, solidez que se mant?m ao longo do tempo

Nutrir algo que se preserve e fortifique ao longo dos anos não é tarefa fácil em qualquer esfera da sociedade. A necessidade de engajamento por uma coisa ou causa nem sempre dá certo e, por conseqüência, muitos ideais se perdem e ficam esquecidos na metade do caminho. No entanto, essa não é a realidade da Juventude Rural de Candelária, organização que a cada ano mostra mais força, união e comprometimento.
Até meados dos anos 80 os jovens rurais do município estavam restritos em pequenos grupos e o trabalho da Emater até o momento era apenas para transferir tecnologia agropecuária. Situação que mudou com o retorno à Candelária do técnico agrícola Sanderlei Pereira. Natural da Terra do Botucaraí, durante 10 anos ele trabalhou em Tuparandi, região noroeste do estado, onde constatou o intenso trabalho com a juventude rural da região, como os Jogos Rurais Sol a Sol, que existem até hoje. Segundo explica, quando voltou para Candelária percebeu que era preciso incrementar outras atividades e unir os jovens em um movimento juvenil rural municipal.
Na época com 26 anos, o técnico agrícola passou a difundir a proposta pelo município. Conforme lembra, um dos seus primeiros contatos foi com Dílson Dittberner, eleito o primeiro presidente do Conselho Candelariense de Juventude Rural (Cocanjur) e hoje funcionário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Ele ainda ressalta que em nenhum momento foi desprezado o que já existia em Candelária, como o grupo 4S, da Linha Bernardino. “Um dos integrantes daqueles jovens, o Rogério Kochenborger, foi eleito vice-presidente da entidade”, lembra.
O PRIMEIRO ENCONTRO – O primeiro encontro municipal de jovens rurais aconteceu no dia 15 de outubro de 1988 na paróquia da Comunidade Católica. Na oportunidade, 97 jovens compareceram ao evento, que durou o dia todo e discutiu assuntos como êxito rural, educação e organização da juventude rural. Também foi neste primeiro contato que saiu a decisão de formar o Cocanjur. “A partir dali foi aumentando o número de localidades que formavam grupos para participar dos encontros da entidade”, disse, evidenciando que essa dinâmica permanece até hoje. Já o primeiro baile de escolha da Rainha dos Jovens Rurais aconteceu no dia 1º de julho de 1989, no salão de Eurico Schwantes, na Linha Boa Vista. A festa aconteceu na semana de aniversário de Candelária e se fixou como uma tradição até os dias atuais.

O trabalho da Acanjur

Há cerca de dois anos a Cocanjur mudou de nome por questões legais e passou a se denominar Associação Candelariense de Juventude Rural (Acanjur). A entidade realiza reuniões na Emater uma vez por mês, quando participam representantes de grupos de jovens rurais de diversas localidades do interior do município. São durante esses encontros que são discutidas as atividades que vão ser realizadas durante o ano e outros assuntos de interesse da juventude rural.
Segundo explica Pereira, a Acanjur desenvolve três programações básicas, eventos já programados no início de cada ano. Neste final de semana acontece o 20º Encontro Municipal de Jovens Rurais e 7ª Olimpíada Rural, atividades que serão desenvolvidas no Salão de Eusébio Rohde, na Linha do Salso.
Para os envolvidos com a Acanjur, a associação valoriza os jovens e dá a possibilidade de acesso a novas realidades, uma vez que alarga os horizontes com atividades como excursões para diversas partes do país e também do exterior. O envolvimento com a juventude rural, segundo Sanderlei Pereira, também possibilita formação técnica e humanitária. “O trabalho desenvolvido faz com que os jovens, mesmo os que não vão permanecer no meio rural, levem consigo valores, como caráter e a importância do trabalho em equipe”, finaliza.