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25/08/2009 16:56
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Trs motivos para me fazer acreditar...

Os leitores que me perdoem, mas preciso deste interregno para exercer um pouco minha vaidade. É que na semana passada recebi três e-mails de amigos que preciso registrar aqui; não para me gabar porque todos sabem que detesto vitupérios, mas como forma de agradecimento pelas considerações após a publicação de uma crônica intitulada “Marejando nostalgia”.
O primeiro veio do candelariense Gérson Souza, atualmente gerente do Banrisul no município de Terra de Areia. “Caro Luis, lendo o que tu escreveu no jornal desta semana vi passar um filme na minha frente. Lembrei de nossos torneios de futebol sabados à tarde no campinho dos fundos da casa do seu Atalício... daqueles pés de bergamota que “depredavamos” após nossos jogos. Do Mico, do Flávio e tantos outros. Lembrei da “pinguela” que tinha antes da casa do seu Alcides. Talvez nem seja do teu tempo, mas são coisas que jamais se esquece, coisas que nos dão saudades e nos fazem ver como é pobre este “mundo plano” de hoje, onde tudo está numa tela de TV ou de um computador. Obrigado pela sessão... Grande abraço”.
O segundo e-mail foi do Alessandro Freitas da Silva – que posteriormente descobri ser policial militar e, de quebra, trabalha em Novo Cabrais, onde moro. “Tenho 37 anos de idade, e felizmente tive a sorte oportuna de viver na minha infância momentos íntegros, num período cheio de vida e bons costumes, onde, como citado pelo colunista, sangas cristalinas e tempo para conversar com as outras pessoas com um sorriso no rosto, sem desconfiança, era qualidade “cristalina”. Hoje, contudo, aproximadamente 15 anos nos separam daquela época. Em pouco tempo notamos um progresso de industrialização e um regresso da essência; desapareceram o cheiro bom do inverno e o frescor da água da sanga cristalina no verão. Os pensamentos estão voltados para o capitalismo, onde o ter faz a diferença do homem, esquecendo os principais valores do ser. As famílias, perturbadas tentando acompanhar o “progresso”, nem percebem, mas abrem mão do que é mais valioso para o ser humano, encontrar-se”.
E no sábado, dia 21, chegou a seguinte mensagem da amiga professora Denise Ellwanger, com o seguinte texto: “Hoje eu abri um e-mail com uma mensagem linda que recebi da Michelle. Talvez ela tenha encaminhado esta mensagem para você também. Mas me chamou a atenção que a mensagem fala em algo que você também fala na última parte da sua crônica de hoje na Folha. É engraçado como o mundo gira, gira e em tudo o que lemos, vemos e recebemos ele quer nos fazer pensar que precisamos dar mais valor a nós mesmos, à essência das pessoas e a este mundo que é nosso. Um abraço”.
Pois bem, a mensagem em vídeo encaminhada pela Denise não foi degravada. Tive o comodismo de pegar partes interessantes do texto, digitar na barrinha do Google e lá estava ele, prontinho para copiar e colar aqui (espero não ficar desacreditado depois disso). E sem mais delongas, quero deixar aqui meu agradecimento especial a estes três amigos pelo simples e importante fato de me proporcionarem bons minutos de muita alegria. E aqui, por um ótimo motivo, termina o interregno da vaidade e reproduzo o texto recebido.
“Todo dia é um novo desafio a vencer. Desafios que, aos olhos de muitos, podem parecer tão simples e, para outros, tão complexos e insuperáveis. Na verdade, são fases na vida de cada ser humano que jamais devemos esquecer. Cada desafio nos ajuda a não nos tornarmos insensíveis, frios e desinteressados. Nos servem para valorizar a raça e a nossa condição de humanos; aceitar que temos direito a errar, aprender e superar – sem, contudo, deixar que a luta diária se torne a nossa cadeia perpétua.
Dinheiro não é tudo na vida e nem tudo tem preço. Não podemos deixar os valores fundamentais morrerem. É preciso resgatar a família e, de verdade, dedicar o tempo de que precisam nossos filhos, irmãos, esposas, maridos, mães, pais, avós; resgatar a verdadeira amizade, essa que não morre nunca, porque não tem compromisso nem laços sangüíneos e surge livre e espontânea, sem pedir nem exigir nada; resgatar a confiança das pessoas; acreditar na palavra empenhada e cultivar, praticar e propagar a honestidade; exigir o que é justo, fazer valer os nossos direitos e respeitar os direitos dos outros.
Nunca foi tão necessário voltar a acreditar; nos tornarmos homens e mulheres de fé, que acreditem num tempo melhor para as novas gerações. Mas não é só falar: é preciso assumir o compromisso pessoal, nos transformar em agentes de mudança, nos espalhar na sociedade como um vírus na internet e ver se, duma vez por todas, conseguimos uma mudança real para a nossa sociedade e deixamos um Brasil melhor para os filhos dos nossos netos. Você e eu sabemos que o tempo é curto. Então é tempo de começar”.
Não consegui identificar o autor, mas acredito que o nome não seja o mais importante; importante mesmo é que todos possamos nos aproveitar do texto e fazer dele um programa para nossas vidas!