Por: Arthur Mallmann
Prejuízos causados pela estiagem ultrapassariam os 40 milhões
Encontro realizado na terça, 11, buscou reunir elementos para verificar a materialidade de uma possível Situação de Emergência
O período seco e o calor severo que atingiu Candelária deu
início a um processo que pode culminar no decreto de Situação de Emergência. O
encaminhamento surgiu após uma reunião realizada nesta terça, 11, no Sindicato
Rural, que contou com a presença do prefeito em exercício, Cristiano Becker; da
presidente da Câmara, Jaira Diehl; do secretário de Agricultura, Celso Gehres; do
coordenador de Defesa Civil, João Carrão; do presidente do Sindicato Rural,
José Daltro Emmel; do presidente do Conselho Municipal da Agricultura e da
Pecuária, Adilo Schuck; do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
(STR), Juarez Cândido; além de produtores, escritórios de planejamento,
entidades representativas do agronegócio e instituições financeiras.
De acordo com Sanderlei Pereira, chefe do escritório
municipal da Emater/Ascar, a estiagem afetou principalmente o milho
"safrinha", cultivado após a colheita do tabaco e que corresponde a
aproximadamente 80% da produção municipal. Esse milho é essencial para a
subsistência dos produtores, sendo utilizado para alimentação animal. Já o
milho "do cedo", representando cerca de 20% do cultivo, teve um bom
desenvolvimento.
De acordo com Adalton Siqueira, engenheiro agrônomo da
Agrican, as chuvas de janeiro foram mal distribuídas, o que pode resultar em
uma quebra de até 20% na safra de soja. Conforme as estimativas da Emater, os
prejuízos para a cultura da soja chegam a quase R$ 30 milhões.
O arroz, em linhas gerais, não enfrentou problemas de
irrigação, mas sofreu com as altas temperaturas, que podem causar esterilidade
nas espiguetas durante a floração. De acordo com Enio Coelho, coordenador da
região central do IRGA, 47% das lavouras de Candelária estavam nessa fase em
janeiro, e estima-se que cerca de 292,5 hectares foram afetados, resultando em
prejuízos superiores a R$ 4 milhões.
Outra marca de estiagem tem sido a entrega de água pela
prefeitura. Segundo o secretário de Agricultura, Celso Gehres, até a terça, 11,
foram entregues 170 mil litros de água às comunidades afetadas, e outros 60 mil
litros já foram requisitados.
Dados precisos
A preocupação da Defesa Civil, conforme destacou o coordenador João Carrão, é garantir que o decreto seja homologado pelas instâncias superiores. O prefeito em exercício, Cristiano Becker, reforçou que é essencial justificar o pedido com dados sólidos. "Os números estão aí, agora é preciso apresentar o pedido de forma clara para garantir o apoio necessário", afirmou.
Pontapé inicial
Na tarde de quinta, 13, o laudo da Emater com a assinatura do presidente do Conselho Municipal da Agricultura e da Pecuária, Adilo Schuck, foi entregue à Defesa Civil. De acordo com o levantamento inicial, estima-se que o prejuízo total da estiagem em Candelária seja de aproximadamente R$ 42 milhões. Agora, segundo o Carrão, serão feitos estudos em cima do laudo. Se os requisitos forem atendidos, o município decretará Situação de Emergência.