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Encena??o da Via Crucis valoriza romaria ao cerro
A manhã ensolarada incentivou um grande número de pessoas a participar da romaria ao Cerro Botucaraí, uma tradição que se repete há várias décadas na Sexta-Feira Santa. Estimativa feita pelo Grupo Escoteiro Botucaraí - que organizou o trânsito no local - dá conta que a movimentação popular chegou perto de quatro mil pessoas, vindas de diferentes municípios do Estado. Como ocorre todos os anos, o aspecto espiritual se misturou ao caráter místico do local nas motivações dos presentes.
A exemplo do que aconteceu no ano passado, o significado religioso da romaria foi reforçado com a encenação da Paixão e Morte de Cristo, viabilizada através de uma parceria entre a Prefeitura, Associação Cultural de Candelária Érico Veríssimo e Paróquia Nossa Senhora da Candelária. Sob a coordenação da professora Alveni Santos, 44 atores amadores participaram da dramatização dos últimos passos de Jesus Cristo.
A encenação começou fazendo uma alusão à Campanha da Fraternidade 2007 - cujo tema é Amazônia e Fraternidade - propondo uma reflexão sobre a importância da água e da Amazônia na preservação da vida no planeta. O roteiro prosseguiu com a entrada em cena dos doutores da lei procurando uma maneira de calar Jesus. As cenas seguintes mostraram Judas - mais uma vez interpretado de forma muito convincente por Fernando Menezes - negociando a traição e Jesus dividindo uma mesa com seus apóstolos.
Submetido a julgamento, Jesus foi condenado à crucificação. Seguiram-se as cenas do Cristo carregando a cruz, que causaram grande comoção entre o público. Após cair três vezes no caminho, Jesus chegou ao local onde foi crucificado. Só a música quebrava o silêncio absoluto observado pelo público durante os momentos derradeiros de Cristo. “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Com esta frase, Jesus se despediu da vida terrena, sendo depois tirado da cruz por seus amigos e entregue nos braços da mãe Maria (interpretada mais uma vez por Ane Kochenborger), em outra cena que causou forte impacto entre os presentes. O altar decorado com tecido de juta e pedras serviu de túmulo para o Cristo.
Após o sepultamento, a encenação foi interrompida e o padre Antônio Bremm fez entrar em cena a imagem do Cristo Morto. Na seqüência, o público teve a oportunidade de se aproximar para reverenciar a imagem colocada ao pé do altar. A encenação foi encerrada com o ressurgimento de Jesus. Interpretado pelo jovem John Lenon Lindemann, o Cristo ressuscitado desceu do altar e se misturou ao povo. No final, ao lado dos sacerdotes, todos os atores dividiram entre o público as mil unidades de pãezinhos confecionadas especialmente para a ocasião. Antes, uma forte salva de palmas ilustrou a aprovação do público ao espetáculo da Paixão e Morte de Cristo.