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25/08/2009 16:56
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Aposta em tecnologia

O escritório local do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em parceria com o Sicredi, promoveu esta semana em Candelária o II Seminário de Arroz. Foram dois dias de interatividade com os produtores, na quarta e quinta-feira, 2 e 3 de julho. O evento aconteceu no pavilhão da comunidade católica e reuniu uma média de 150 arrozeiros por dia, agricultores vindos de vários municípios da região.
Na pauta do seminário, assuntos relacionados à realidade arrozeira, com palestras voltadas à solução de problemas do campo, como estratégias de controle de arroz vermelho com sistema Clearfield; Estações de bombeamento de água em lavouras de arroz; Uso da energia elétrica na irrigação e Programa de economia da AES – Sul; Legislação ambiental na orizicultura; Apresentação do selo socioambiental; Tecnologias mais limpas na lavoura de arroz e na propriedade; Manejo de lâmina permanente no sistema pré-germinado; Qualidade da semente de arroz; Comercialização e mercado de arroz 2008; Gerenciamento rural; Manejo integrado de pragas; Armazenagem e conservação de arroz.
Para os organizadores, o II Seminário de Arroz correspondeu às expectativas e atingiu o principal propósito do Irga: difundir tecnologia. Os participantes também mostram ter ficado bastante satisfeitos. Lauro Moraes, de 47 anos, produtor da localidade de Rincão das Casas, diz que o evento foi muito bom e garante que, se houver seminário no próximo ano, participará novamente. “É muito importante este tipo de atividade para nos mantermos atualizados. Isso influencia muito no rendimento da lavoura”, destaca. Plantando 40 hectares nos plantios direto e convencional, nesta safra ele colheu 130 sacos/ha, mas já projeta crescimento para o próximo ano.
De olho na rentabilidade também está Carlos Fernando Züge, de 38 anos, arrozeiro de Cerro Branco que planta 80 hectares (60 ha pré-germinado e 20 ha convencional) em parceria com os irmãos Jonas e Félix e com o primo Gelson. “Esses encontros são muito positivos para irmos tentando melhorar a produção”, destaca. “É uma forma de o produtor conhecer soluções para poder continuar plantando”, completa. Para ele, a palestra sobre o controle do arroz vermelho, antigo inimigo dos arrozeiros, foi uma das mais produtivas e esclarecedoras.

Incentivo ao consumo
Durante os dias do seminário, as pausas ao meio-dia tiveram um sabor especial. Foram oportunidades de confraternização entre participantes e de incentivo ao consumo de arroz. O que chamou bastante a atenção de todos foi a panela utilizada para o preparo do tradicional arroz de carreteiro. Trata-se de uma antiga entaipadeira agrícola, adaptada para virar utensílio de cozinha.

Selo socioambiental
Durante o seminário foi apresentado aos produtores o Selo de Responsabilidade Socioambiental, uma iniciativa do Governo do Estado, através do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Federarroz e Farsul. O selo tem o objetivo de gerar o mínimo de resíduos e obter o máximo de produção, garantindo ao produtor motivação e reconhecimento quanto ao uso de práticas corretas do ponto de vista social e da gestão da propriedade e da lavoura de arroz irrigado. Os agricultores gaúchos podem solicitar o selo, desde que estejam cumprindo com a legislação trabalhista e ambiental. Outro critério é a adoção do Projeto Tecnologias mais Limpas, além de inscrição no Irga. Somente o Governo do Estado, através do Instituto, pode conceder o selo, que é anual e deve ser renovada uma vez ao ano. Entre as principais vantagens de adquirir a marca, está o reconhecimento do processo de produção de forma sustentável, melhorias na visibilidade do produto no mercado consumidor interno e externo e a ampliação de 30% nos valores de custeio. Ainda há a possibilidade de abrir novos mercados, já que países valorizam muito as práticas ambientais corretas.