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25/08/2009 16:56
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Estelionatrios voltam a aplicar o golpe do falso seqestro

O golpe do falso seqüestro, que inicialmente tinha como alvo grandes empresários e figuras públicas, começou a se banalizar nos últimos tempos. Em Candelária, foram pelo menos cinco tentativas de ludibriar pessoas em troca de dinheiro na última semana. Por telefone, estelionatários escolhem um número de telefone de forma aleatória e ligam a cobrar de um celular pré-pago para as vítimas, colocando na linha uma pessoa gritando ou chorando, para simular o desespero do suposto refém. A julgar pela voz dos interlocutores, a base da quadrilha de estelionatários estaria concentrada no Rio de Janeiro e em alguns estados do Nordeste.
Foi o que aconteceu com uma auxiliar administrativa na cidade na tarde de 1º de julho. Uma voz masculina com sotaque carioca informou que seu marido teria sido sequestrado e, em troca de sua liberdade, ela teria que depositar R$ 5 mil na conta 16.123-3 do Banco do Brasil, agência do Rio de Janeiro, em nome de João V. Oliveira Júnior. Momentos após ela ter depositado o dinheiro, a mulher entrou em contato com o marido, que estava bem, e só então viu que tinha caído no golpe. Por sorte, ela conseguiu estornar o valor na agência local do Banco do Brasil e evitar o prejuízo.
OUTROS GOLPES – Pelo menos cinco outros golpes chegaram ao conhecimento da delegacia de polícia de Candelária no últimos dias, e destes o único que foi registrado foi o da auxiliar administrativa. Na manhã de quarta-feira, 16, o alvo foi o prefeito Lauro Mainardi, que recebeu uma ligação em seu telefone celular, informando que sua filha fora sequestrada. Como sabia do golpe, Mainardi ainda conversou por bastante tempo com o estelionatário e depois desligou o telefone.
HABILIDADE – Uma das principais armas para o plano é a habilidade dos estelionatários de convencer as vítimas de que elas estão sendo monitoradas enquanto conversam ao telefone. Há notícias de que os falsários são bastante flexíves quanto à negociação, que pode ir de grande somas em dinheiro baixando ao valor de alguns cartões de celular. Se são descobertos antes de conseguirem concluir o golpe, mesmo assim permanecem com as ameaças ao telefone.
A polícia consegue chegar com rapidez às contas usadas pelos estelionatários, mas raramente é possível bloquear a conta antes do saque. Os correntistas são “laranjas”, cooptados pelos falsários para emprestarem as contas em troca de uma parte do dinheiro. Descobertos, negam conhecer os integrantes da quadrilha e o funcionamento do golpe. A orientação da polícia é de que ao receber este tipo de telefonema as vítimas desliguem o telefone, avisem a polícia e não efetuem qualquer tipo de pagamento, já que em nenhum dos casos já praticados as ameaças se concretizaram.

Como funciona o golpe
1 – Um homem liga para a vítima (geralmente de dentro de presídio) e simula o seqüestro de algum familiar.
3 – A vítima é orientada a ir até uma agência bancária e sacar dinheiro, que deve ser depositado em uma conta fornecida pelo criminoso. Se a quantia não for depositada (normalmente entre R$ 2 mil e 5mil R$) o familiar será imediatamente ferido ou morto.
4 – Durante todo o tempo o falsário exige que a vítima não desligue o telefone, para evitar que se comunique com a polícia ou descubra que o familiar não foi seqüestrado.