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Precariedade de estrada irrita produtores
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos agricultores em distintas partes do país, além do baixo preço pago por muitas culturas, é a dificuldade de escoamento das safras. A precariedade das estradas preocupa há bastante tempo quem depende deste meio para transportar os produtos da lavoura, situação que também é enfrentada em Candelária.
A reportagem da Folha, após tomar conhecimento de algumas reclamações, foi averiguar as condições da VRS 410, mais conhecida como estrada do Pinheiro. Conforme apurado, muitos são os produtores insatisfeitos com a parte ainda não asfaltada da rodovia, como o agricultor Air Menezes, que utiliza diariamente a estrada para ir até o Campo da Estância, localidade onde cultiva arroz e soja. Ele explica que toda a produção orizícula desta safra, cerca de 5 mil sacos, já foi transportada, mas que os problemas da VRS 410, tais como irregularidade, buracos e pedras soltas, dificultaram o escoamento e ainda encareceram o valor pago pelo frete.
Segundo Menezes, são muitos os produtores que dependem da estrada e não são poucas as reclamações e reivindicações feitas junto ao Daer. “Seguidamente alguns agricultores e eu ligávamos para a empresa. Eles até retornavam rapidamente, mas o trabalho realizado nunca atendeu nossas expectativas”, expõe, explicando que somente o serviço de patrolamento não é suficiente para resolver os problemas no local. “A solução seria fazer o restante do asfalto ou então o recapeamento da estrada com algum material próprio para isso”, sugere. Neste final de semana Air Menezes inicia a colheita da soja e, mesmo com os problemas enfrentados ao longo de anos, se mantém otimista em relação à VRS 410. “Tenho a esperança de que os governos Estadual e Federal olhem mais para a área da produção e percebam que o Brasil não vive só de turismo. As rodovias agrícolas precisam de cuidados emergentes, pois é o campo que move este país”, conclui.
O LADO DO DAER - Segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), a VRS 410 receberá a partir da próxima semana um revestimento primário do trecho não pavimentado da rodovia. Sob responsabilidade do 10º Distrito Operacional do Daer, situado em Cachoeira do Sul, a execução da obra será feita pela empresa Dellapascoa. Segundo o engenheiro Laércio Toralles Pinto da Silva, serão investidos aproximadamente R$ 240 mil na recuperação de 19,36 quilômetros do trecho sem asfalto. Já no trecho pavimentado, o Daer executará a operação tapa-buraco.