Logo Folha de Candelária
25/08/2009 16:56
Por:

Avi?o corta fio e deixa Cachoeira sem luz

O município de Cachoeira do Sul teve o fornecimento de energia interrompido na quinta-feira santa, após uma aeronave que estava pulverizando uma lavoura de soja cortar um dos cabos de proteção da linha de transmissão de energia da AES Sul. O Cessna pertence à Terra Aviação Agrícola e era conduzido por Wagner Patta.
Em entrevista ao Jornal do Povo, Wagner lamentou a fatalidade e admitiu que as conseqüências poderiam ter sido gravíssimas, inclusive provocando sua morte sobre uma rede de 70 mil volts. Ele tem 31 anos e pilota aviões há 13, acumulando mais de 3,5 mil horas de vôo em vários tipos de aeronaves. Por dois anos ele foi co-piloto de um Boeing 737 da Varig, empresa da qual diz ter se demitido em 2005 para associar-se a Júlio Kämpf na Terra Aviação Agrícola. Não atinei. Fiquei em choque, pois poderia ter caído e o avião explodido. Eu tive muita sorte”, relembra ele. “Após o almoço, percebi que a cidade estava sem luz e me dei conta de que poderia ter alguma relação com o incidente, embora soubesse que o cabo afetado não conduz energia. Fui, então, pessoalmente à AES Sul, por volta das 15h, e informei onde havia um cabo rompido”, relatou.

FACÕES COMO PROTEÇÃO - De acordo com Júlio Kämpf, esses incidentes são comuns na aviação agrícola, pois as redes cruzam sobre as lavouras. Ele salienta que para isso os aviões dispõem de lâminas no trem de pouso, os chamados facões, que servem para cortar cabos em caso de um acidente. Quando a aeronave atinge o fio, ele é cortado e o avião segue voando normalmente. Kämpf afirma que esses incidentes ocorrem devido à eletrificação rural ser desordenada. “As redes são construídas pelo caminho mais curto, muitas vezes atravessando lavouras. Já a alta tensão, como é essa em que ocorreu o incidente, deveria ser sinalizada com bolas plásticas, o que não existe. Nossa região é agrícola e isso reforça a necessidade dessas redes serem sinalizadas”, argumentou.