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25/08/2009 16:56
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E o assunto ... slogan

Sempre achei que as diferenças devem ser respeitadas e que todos têm seu lugar ao sol. Em relação à campanha política que se inicia, é hora de refletir um pouco sobre o que queremos e quais os planos que têm os candidatos que escolhermos. Neste contexto, tenho para mim que duas qualidades devem nortear a escolha de um ou outro candidato, a coerência e a credibilidade. A coerência é prima-irmã da credibilidade, mas enquanto que a credibilidade tem a ver com o cumprimento daquilo que você prometeu a coerência significa dizer e fazer aquilo em que você acredita, ser franco, ser honesto, dizer a verdade mesmo que desagradável e não exatamente aquilo que as pessoas desejam ouvir. Se candidatos e eleitores chegarem a esse consenso, acredito que seja possível mudar o quadro de birras e discussões que há tempos fazem parte da nossa política.
Por isso, antes de alguém pedir meu voto, vou fazer uma bateria de perguntas, que certamente me darão subsídios para “tirar a febre” do que pretende meu representante na Câmara ou na prefeitura. Aliás, acho que quatro perguntas bastam:
1ª) – Se você for eleito, vai querer assumir uma secretaria e dar lugar para um suplente ganhar dinheiro na Câmara e o senhor ganhar dinheiro da prefeitura ou se manter no cargo a que se propôs?
2ª) – Se o você for eleito, vai tirar diárias de montão, não apresentar resultado algum e ainda ficar fulo da vida com o rapaz do jornal quando ele quiser fazer matéria a respeito da gastança?
3ª) – Se o você for eleito, vai se manter fiel aos princípios do teu partido ou vai virar coruja-de-corredor, pulando de toco em toco, procurando o que lhe é mais conveniente, ou seja, onde lhe dêem mais vantagens para você ou sua família?
4ª) – Se você for eleito, vai entrar para o rol dos políticos bissextos, aqueles que só aparecem de quatro em quatro anos e ainda por cima para pedir?
Tenho certeza de que ouvirei respostas evasivas, mas acho também que tem muita gente boa que merece o meu e o seu voto.
Mudando um pouco de assunto, a época de política transforma as pessoas (candidatos). É gente abanando, cumprimentando, sorrindo, dando carona, o que faz lembrar o início dos filmes da Branca de Neve. Também existem as fascinantes canções, muros e placas multicores com fotos sorridentes do pessoal buscando chamar sua atenção, tudo para ganhar um votinho em outubro. E a mídia, então? Está anos-luz à frente das produções de antigamente. Antes o que se via eram papéis verde, rosa, azul, amarelo, com o candidato estampado de preto e branco e mais nada. Se era feio, ficava feio, e pronto. Hoje a coisa evoluiu e o “santinho” ganhou maquiagem e ganhou as famosas frases de efeito, porém, os chamados slogans geralmente pecam em criatividade, seguem um mesmo padrão comum e falam em trabalho, honestidade, credibilidade, experiência e o escambau. Para mim, além de todos estes predicados, é também importante que haja ação, que se faça, que se mostre. Pergunte ao seu candidato o que ele vai fazer, ou se já fez, se está tentando a reeleição. Não se deixe levar por uma simples cara inocente, por um slogan mal-pensado e que não condiz em nada com o seu perfil. Se ele faz ou fez, pergunte o que? Se fez besteira, se fez de conta que trabalhou ou se ele fez você sentir vergonha de ser honesto, esqueça seu número e seu nome.
Na minha ótica, placas, muros pintados e desfile de carros adesivados está mais para ostentação do que qualquer outra coisa, afinal, eu é que não vou escolher um candidato simplesmente porque eu vi o número dele numa placa e coisital. Mas como tem muita gente que não pensa assim, ainda me consolo nos filmes da Branca de Neve. Neles, o bem sempre vence o mal, e quem sabe um dia um sonho desses se torne realidade. Por isso, vai aí um aviso: não se deixe tentar pela bela maçã oferecida. As aparências muitas vezes enganam!