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25/08/2009 16:56
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Onda de assaltos preocupa

Uma onda de assaltos que iniciou dia 15 de julho já lesou pelo menos cinco estabelecimentos comerciais da cidade. Pelo menos quatro foram praticados por uma dupla de ladrões que se escondem sob capacetes, levando principalmente dinheiro e cartões telefônicos e deixando trauma em quem fica sob a mira de um revólver. O modo de agir já é bastante conhecido em cidades maiores, como em Santa Cruz do Sul. Enquanto um dos ladrões aguarda em uma motocicleta estacionada próximo ao alvo escolhido, o outro entra no estabelecimento, rende os funcionários, leva o que consegue e sai na carona da moto. Somente nesta semana foram dois os assaltos praticados pela dupla.
FARMÁCIA – Na segunda-feira, 11 de agosto, quando Sandra Post se preparava para fechar a Farmácia Saúde, na avenida Getúlio Vargas, 139, um homem armado com um revólver e cobrindo apenas os cabelos com um capacete entrou e anunciou o assalto, pedindo dinheiro e cartões. Assustada, Sandra fugiu aos gritos em direção ao depósito. Ela foi perseguida pelo ladrão, que não conseguiu alcançá-la e por isso desistiu do assalto. Ao retornar à loja, a proprietária notou que nada foi levado. Duas testemunhas que passavam pelo local observaram que havia uma motocicleta preta com farol quadrado estacionada próximo à esquina com a avenida Júlio de Castilhos; momentos depois estes dois homens teriam tomado o rumo da rua Honório Porto. A Brigada Militar chegou a ser acionada, mas não conseguiu localizar os suspeitos.
MOURA – No anoitecer de quarta-feira, 13, um assalto com as mesmas características aconteceu na filial do Supermercado Moura, na rua Garibaldi, no bairro Marilene. Por volta das 18h30 um homem armado rendeu a funcionária que trabalhava no caixa e pediu dinheiro e cartões. Um outro funcionário do super que chegou na hora do assalto também foi rendido e obrigado a deitar no chão. O açougueiro que trabalhava aos fundos do estabelecimento não titubeou ao ver a cena e também deitou com medo de ser morto. Uma cliente que fazia compras passou mal e teve que ser socorrida depois da ação dos bandidos, que fugiram levando R$ 300,00 em dinheiro, cartões telefônicos avaliados em R$ 80,00, cigarros e uma carteira com documentos pessoais de um funcionário. Ele fugiu com o auxílio de um comparsa na carona de uma moto que estava estacionada em frente ao super, tomando o rumo do trevo da RSC 287.
O assalto foi comunicado pelo proprietário, Gilvan Moura, na delegacia de polícia de Candelária. Ele aproveitou a ocasião para comunicar que na madrugada de quarta-feira, 15 horas antes do assalto à mão-armada, ladrões já haviam arrombado a porta da frente do super, de onde levaram moedas e carteiras de cigarros.

Da mesma forma
A polícia credita os assaltos ocorridos nesta semana à mesma dupla que no dia 15 de julho atacou a padaria Della Fronteira, na rua Gaspar Silveira Martins, no bairro Rincão Comprido. Um homem com um capacete em um dos braços entrou no estabelecimento, anunciou o assalto e levou R$ 600,00. Ele fugiu com o outro ladrão, que o esperava em uma motocicleta em frente à padaria.
DISTRIBUIDORA – No dia 4 de agosto o alvo foi a JR Distribuidora, representante do Jornal do Comércio, Correio do Povo, Gazeta do Sul e Editora Abril. Às 15h10 a funcionária da loja foi rendida pelo ladrão, que também usava capacete, e que em seguida fugiu na carona de uma moto levando dinheiro. A quantia não foi revelada pelo proprietário.
VS – Outro estabelecimento lesado há exatos 15 dias foi o Supermercado VS, na avenida Júlio de Castilhos. Na ação, por volta das 18h do dia 1º de agosto, ao invés de dois foram três elementos que invadiram o super, renderam os funcionários e exigiram dinheiro e cartões. Porém, diferentemente das demais investidas, o grupo fugiu a pé em direção à rua Amândio Silva, mas não descarta-se a hipótese de que tenham deixado a moto em algum lugar para escapar mais facilmente da polícia.

Vítima não devem reagir
Enquanto as polícias civil e militar empreendem esforços e buscam pistas para capturar os motoqueiros ladões, a recomendação é para que ninguém reaja durante o assalto. Possivelmente agindo sob o efeito de drogas e de altíssimo estresse, movimentos bruscos também podem ser mal-interpretados pelo assaltante. “O assaltante pode se assustar e disparar a arma se alguém fizer algum movimento”, pondera a escrivã de polícia Bernardete Riça. Outra dica que deve ser observada principalmente pelos comerciantes é de não deixar muito dinheiro em caixa e observar movimentações suspeitas nas proximidades. Os detalhes de vestimentas e tatuagens podem ajudar a polícia na identificação dos autores dos crimes. Outra orientação é para que a vítima acione, o mais rápido possível, a polícia através do telefone 190, já que o Centro de Operações da Brigada Militar mantém comunicação com todas as viaturas que estão na rua.

Capitão Sartori garante: “Cedo ou tarde eles cairão em nossas mãos”
O comandante da 4ª Companhia da Brigada Militar de Candelária, capitão Rodrigo Righes Sartori, disse ontem à reportagem da Folha que o Serviço de Inteligência da BM já tem suspeitos sobre a autoria dos crimes e já está readequando o efetivo com medidas preventivas para que os ataques não voltem a acontecer. “Mais hoje, mais amanhã, vamos pegá-los”, garantiu, tranquilizando comerciantes e comerciários, sob o retrospecto de que nenhum criminoso passou incólume até hoje da ação da polícia. “Cedo ou tarde eles cairão em nossas mãos”, enfatizou.
ACIC – O presidente e o vice da Associação do Comércio e Indústria de Candelária, Clairton Kleinert e Fernando Lersch, estiveram durante a semana ouvindo os associados vítimas dos assaltos. Ontem eles estiveram na companhia da BM para relatar ao capitão Sartori a preocupação em função da onda de assaltos. Eles pensam em reunir líderes do município para cobrar do governo do estado mais efetivo para a Brigada Militar colocar mais homens nas ruas.
CONSELHOS – Enquanto os criminosos não forem presos, os dirigentes consideram importante que os comerciantes observem o comportamento de pessoas suspeitas nos estabelecimentos. “Muitas vezes eles fazem um estudo prévio do local para agir depois”, salientou Clairton. Neste sentido, reiterou as colocações da polícia para acionar o telefone 190 assim que notarem alguma atitude estranha. Eles também orientam para que as rotinas da empresa sejam alteradas, que somas substanciais em dinheiro não fiquem depositadas nos caixas e que as pessoas não entrem nos estabelecimentos com capacetes, já que podem ser confundidas com os assaltantes e gerar constrangimentos.