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25/08/2009 16:56
Por:

Radar

CPI
Causou estranheza a rapidez com que o novo relator nomeado, vereador Vandi, apresentou seu relatório. Depois de rejeitado o texto apresentado pelo vereador Cristiano, o presidente Marco Antônio Larger (PP) nomeou como relator o outro integrante da comissão. Sem demora, Vandi tirou da gaveta um outro relatório que acabou sendo aprovado. É fácil concluir, portanto, que havia um relatório paralelo ao elaborado pelo vereador Cristiano. Pelo detalhamento técnico, é de se concluir que o vereador Vandi apenas assinou o texto. O autor do trabalho, segundo informações colhidas, foi mesmo o advogado contratado. Como se vê, o referido profissional foi além da consultoria jurídica, tornando-se, de fato, o relator.

CPI 2
Aliás é também estranho compreender a contratação de um advogado para atuar na CPI, considerando que a Câmara já possui um assessor jurídico, cujas funções, imagina-se, incluem exatamente prestar assessorias em situações como essa. Registre-se a respeito, ainda, que o assessor jurídico da Câmara, Márcio Gomes, já tinha experiência na área pela atuação na CPI anterior. E atentem, caros leitores: a contratação do advogado custou pelo menos R$ 7 mil, segundo edital publicado na imprensa. Outra: ao que consta o advogado contratado está ligado à Uvergs (União dos Vereadores do Rio Grande do Sul), entidade para a qual a Câmara de Candelária já repassa recursos mensais sob a justificativa de prestação de assessoria.

CPI 3
Outra situação um tanto inusitada revelada pela CPI é a concentração de poder num só vereador. Marco Antônio Larger assinou o requerimento para a abertura da investigação, sendo depois eleito presidente da comissão. Na apreciação do texto do relator, deu o voto de minerva pela rejeição. Depois nomeou outro relator e, mais uma vez, deu o voto de desempate, desta vez pela aprovação. Não seria mais razoável o autor do requerimento não ter essa força para decidir de um lado ou de outro. Ou alguém imagina que, como proponente da CPI, ele tinha uma posição neutra em relação ao caso? São coisas que só a nossa política explica.

CPI 4
Falou-se e noticiou-se bastante sobre o episódio em caixa 2. Porém, apesar do extremo esforço feito pelo relatório aprovado, não se identifica um montante que tenha representado efetivo prejuízo financeiro ao município, muito menos que as práticas adotadas tenham resultado em algum favorecimento pessoal. Segundo foi veiculado no próprio site da Câmara durante vários dias do mês de maio, teria ficado provado através do pedido do vereador Larger o envolvimento de pessoas que teriam se apropriado e embolsado dinheiro do povo. Trata-se de denúncia grave que o relatório não consegue justificar. Impressiona a facilidade com que se tenta, em nome de interesses pessoais e da política, jogar na lama o nome de pessoas honradas.

CPI 5
Agora o relatório assinado pelo vereador Vandi será submetido ao plenário da Câmara. Pelo forte componente político da matéria e levando em conta o período eleitoral, não é difícil adivinhar o resultado da votação. A menos que ocorra alguma surpresa e não prevaleça apenas a posição política.

Maldade x competência
O Jornal de Candelária traz na página 2 da sua edição de 22 de agosto uma nota em que queixa-se do tratamento dispensado pelo prefeito Lauro Mainardi para com o semanário e, como “gancho”, refere que o jornal é preterido ao ser o segundo em investimentos publicitários da prefeitura. Não é de competência da Folha avaliar a pirraça pessoal do jornal com o prefeito, porém é necessário alguns esclarecimentos a respeito da publicidade legal da municipalidade. Em março deste ano foi aberta licitação para divulgação da publicidade da prefeitura na imprensa escrita. A Folha de Candelária foi o único órgão que apresentou todos os documentos e negativas exigidos para participar do certame.
Para efeitos de esclarecimento, em 2007 a municipalidade gastou com publicações no Jornal de Candelária R$ 12.440,82 e com a Folha R$ 3.897,00, ou seja, três vezes menos, e nem por isso nos queixamos ou deixamos de divulgar toda e qualquer matéria de interesse coletivo em razão de problemas de relacionamento com quem quer que seja. Talvez por esta conduta, a Folha de Candelária nunca esteve na condição de “segundo” no quesito reconhecimento público. Procuramos manter o “molde”, pautados principalmente pela busca na excelência da informação através da boa convivência que temos com todos os poderes constituídos da sociedade. Acreditamos que a ética, o caráter e a competência é que nos têm mantido na condição de primeiros na preferência da comunidade há mais de 22 anos.