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25/08/2009 16:56
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Na Sara, sempre tem algum que precisa do seu carinho

Por Sabrine Richter

É espantoso o grande número de animais domésticos que sofrem maus tratos e abandono diariamente. A falta de conscientização da população é a principal causa deste problema, que poderia ser reduzido significativamente se a aquisição de um cão fosse um ato responsável e consciente.
Muito se tem falado em preservação ambiental, porém, esquecemos que preservar a natureza não é apenas deixar de poluir rios ou evitar o corte de árvores, animais são parte importante e talvez a mais atingida desta natureza que tanto necessitamos preservar.
É neste intuito de proteção que a SARA (Sociedade Amigos do Reino Animal) trabalha. Fundado em 2002 e contando apenas com alguns colaboradores, a SARA trabalha na recuperação da saúde de animais abandonados, geralmente encontrados no pior estágio de vida, extremamente magros, doentes, apresentando sarnas e dermatites, cegueira, fraturas e até queimaduras, em alguns casos, causados pelo antigo dono. Quando chegam aos braços dos integrantes da SARA, o primeiro passo é a higienização e o tratamento dos problemas apresentados. Em seguida são vacinados, castrados e ficam à espera de um lar. Porém, o número de animais recolhidos é superior ao de pessoas que desejam adotá-los, o que está causando a superlotação e um custo excessivo para a sociedade protetora.
Todos os animais (gatos e cachorros) que se encontram para adoção estão muito bem-tratados, vacinados e castrados, abrigados da chuva e do calor excessivo, em local limpo e bem ventilado, sem risco de zoonoses. Porém, a falta de espaço e o alto custo mensal impedem que este trabalho se amplie. São consumidos em torno de 300kg de ração por mês, além de refeições especialmente preparadas para casos específicos, como alguns cães idosos ou filhotes. Além de comida, é elevado o gasto com produtos de higiene (do local e de animais), vacinas, medicamentos, vermífugos, material cirúrgico, abrigo e outros.
Atualmente, a SARA busca conscientizar a população pela necessidade de castração dos animais. Estima-se que no Estado a cada hora nasçam aproximadamente 2.000 gatos e cachorros, e, sem raça definida, são abandonados, vítimas de maus-tratos, atropelamentos e doenças, além de se reproduzirem (tornando o problema de superpopulação ainda maior) ou acabam por serem mortos de maneira desumana. A Sociedade também busca parcerias, pessoas ou entidades que possam colaborar com doações. Qualquer oferta é bem-vinda seja em valores, cobertores, rações da marca Monello, Belle Dog e Threecats, casinhas, arroz e até produtos de higiene. A SARA necessita de auxílio para se manter, mas a maior ajuda que as pessoas podem oferecer é a responsabilidade pelos animais que possuem.
Antes de adquirir um animal de companhia, é necessário ter em mente algumas questões, como por exemplo se a rotina do futuro dono envolve tempo para cuidar, passear e estar junto ou no custo que este animal pode ter (alimentação, cama, casinha, acessórios e brinquedos, vacinas, veterinário, medicamentos, higiene). Também é importante analisar as expectativas com relação ao animal: qual a função esperada? Qual o comportamento desejado?
Ocorre que muitas vezes o animal é adquirido como um filhote lindo e fofinho, sem a visão de que irá crescer e implicar em cuidados extras, gerando muitas vezes o sacrifício ou o abandono deste animal.
O processo de adoção tem visíveis vantagens, pois além de proporcionar um lar feliz ao novo animal, na hora da escolha pode-se conhecer um pouco da personalidade de cada um, evitando possíveis surpresas quanto ao tamanho ou comportamento, sem contar que o animal já está castrado e vacinado, protegido de eventuais doenças que possa desenvolver.