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25/08/2009 16:56
Por:

Radar

O custo da CPI
De nada adiantou encaminhar a solicitação ao presidente da Câmara, vereador André Rohde. A esperada informação sobre os valores gastos pela Câmara na CPI instalada para investigar supostas irregularidades na cobrança de taxas esportivas ainda não veio. Primeiro a Folha encaminhou o pedido ao proponente e presidente da comissão, o vereador Marco Antônio Larger. Passaram-se quase 15 dias até que o vereador Larger respondesse que o pedido teria que ser encaminhado ao presidente da Câmara. E assim foi feito. Agora passaram-se mais 15 dias e a solicitação continua sem resposta. Sabe-se extraoficialmente que foram gastos - com dinheiro público, é bom lembrar - pelo menos R$ 7 mil na contratação de um advogado e mais R$ 2.500,00 referente a uma perícia. Aí vem as primeiras perguntas. Porque o segredo em relação a esses valores? A reclamada transparência em relação aos assuntos do Executivo não vale para o Legislativo de Candelária?

O custo da CPI II
Uma última informação a respeito do assunto dá conta de que a Câmara mandou imprimir centenas de cópias do relatório de 43 páginas da tal CPI. Conforme a Folha já repercutiu em reportagem anterior, o tal relatório apresenta falhas grotestas na tentativa de produzir culpados em ações que não causaram um centavo de prejuízo ao município. A respeito, tornam-se inevitáveis novas perguntas: qual é o interesse em reproduzir esse material na véspera da eleição? A conta desses impressos também será paga com recursos públicos, aumentando, dessa forma, ainda mais a conta da tal CPI? Por fim, até quando os vereadores responsáveis por essa CPI e a presidência da Casa vão deixar sem resposta os questionamentos que lhes são dirigidos?

Fato ou factóide?
“Fato, verdadeiro ou não, divulgado com sensacionalismo, no propósito deliberado de gerar impacto diante da opinião pública e influenciá-la”. Este é o conceito do dicionário Aurélio para a palavra factóide, prática bastante conhecida nos meios políticos e que ganha destaque especial durante campanhas eleitorais. Na semana passada, um órgão de imprensa de Candelária anunciou em manchete que “a possível farsa em delito” poderia repercutir no Estado. Para tanto, foi levada em conta uma entrevista de um advogado santa-cruzense, que apresentou uma nova versão para o caso do pintor que tornou-se do dia para a noite no principal personagem da campanha eleitoral. Na dita entrevista o advogado afirmou ter ficado chocado com a gravidade dos fatos, que ganhariam repercussão estadual. Na segunda-feira, segundo o advogado, surgiriam mais novidades sobre o caso. E a segunda-feira veio e não apresentou nenhuma novidade, a não ser a reprodução da nova versão apresentada pelo pintor, diferente da que apresentara dias antes para uma autoridade policial e duas testemunhas. A propósito: a anunciada repercussão estadual do caso não se confirmou. E, assim, o fato ganhou aparência de factóide. Ou não?