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25/08/2009 16:56
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A era romntica do basquetebol

A retomada do basquete candelariense se deu em meados dos anos 90. Motivados com a grande campanha realizada pela célebre equipe do Corinthians, de Santa Cruz do Sul, que culminou com o título de campeão brasileiro em 1994, alguns apaixonados pela modalidade passaram a praticar o esporte no município. Segundo Lauro Gomes, treinador e praticante da modalidade, a partir de 1992 uma turma de amigos passou a se reunir todos os dias no final da tarde para jogar na quadra de cimento do Colégio Concórdia. Aos sábados, os praticantes jogavam basquete no Ginásio Municipal, com a participação de algumas meninas que gostavam da modalidade. Segundo Lauro, os amigos que começaram a difundir o basquete na cidade foram Mathias Krick, Roni Boijink, Glademir, Marcelão e Lauro. “Com certeza eu posso afirmar que o Matias Krick foi o melhor jogador de basquete que surgiu em Candelária. Ele jogava fácil e era um cara sensacional”. Com o tempo, o basquete acabou conquistando novos adeptos, vindo a ser fundando o primeiro time de basquete de Candelária, chamado de Comauto/Panthers. A equipe foi formada com os seguintes atletas: Lauro Gomes, Giuliani Schwantz, Vicente Schwantz, Evandro Schultz, Junior Kellermann, Rafael Petermann (Bó), Daniel (Dente), Alexandre Gewehr, entre outros. A equipe era treinada por Orlando Rebhein. Segundo Evandro Schultz, um dos grandes incentivadores da equipe foi Mauro Carlotto (já falecido), na época proprietário da revenda Comauto em Candelária. “Naquela época era difícil conseguirmos patrocínio para o basquete e o Carlotto nos incentivou com o fardamento completo e patrocinando as inscrições para disputarmos os torneios pela região”, lembra.
O Comauto/Panthers sagrou-se campeão de um torneio de basquete realizado em Sobradinho em setembro de 1995, sendo esta a primeira conquista de uma equipe local na modalidade. Lauro se recorda que na época do auge do Corinthians, foram realizadas em Candelária duas palestras com os jogadores da equipe adulta do tricolor santa-cruzense, como forma de incentivar o basquete no município. Com a febre Corinthians, mais jovens passaram a se interessar e a praticar o basquete em Candelária. “O basquete só começou a evoluiu graças ao incentivo de pessoas que gostavam, praticavam e acreditavam no esporte aqui”, conta. Lauro faz um agradecimento especial a duas pessoas que colaboraram com a evolução do basquete local: Noêmia Kochemborger e Cléo Hitz. “A Noêmia e o Cléo são dois grandes incentivadores. O Cléo é uma referência para os mais jovens. Desde que ele chegou aqui em 96, passou a se integrar com a turma e a incentivar a gurizada a praticar o basquete. A Noêmia é a nossa madrinha. Ela nos encorajava a ir em frente e a jamais desistir”. Sobre o futuro da modalidade na cidade, Lauro prevê uma forte evolução da modalidade. “ A gurizada está se espelhando no que fazíamos a 15 anos atrás. É um sonho nosso que aos poucos está se tornando realidade”, finaliza.

O basquete nas escolas
Nos anos 80, o basquete passou a ser introduzido nas escolas do município, como forma de voltar a formar novos adeptos da modalidade. Um dos incentivadores do basquete nos educandários foi o professor de educação física Jorge Ellwanger. Em 1984, Ellwanger foi professor na Escola de 1º e 2º graus Concórdia, hoje Ulbra/Concórdia. Como o educandário participava das olimpíadas luteranas, onde já existia o basquete, com o auxilio da direção da escola na época, foram implantadas naquele ano, as primeiras tabelas de basquete em uma velha quadra de cimento, onde hoje está situado o ginásio da Ulbra. Nos anos seguintes, foram colocadas tabelas na extinta escola Rio Branco e no Colégio Nossa Senhora Medianeira, sendo que os três educandários particulares passaram a difundir o basquete no município. Em 1991, Ellwanger, atuando como vice-diretor na Escola Estadual de 1º e 2º graus Gastão Bragatti Lepage, instalou as primeiras tabelas de basquete no educandário. Nos anos seguintes, as escolas Guia Lopes e Penedo também obtiveram as suas tabelas de basquete em suas respectivas quadras. Os jogos amistosos e disputas de pequenos torneios entre as escolas locais na modalidade eram as únicas competições de basquete que aconteciam no município. Em 1999, tiveram início as olimpíadas estudantis, onde o basquete passou a ser mais valorizado entre os educandários. “Sempre procurei incentivar o basquete nas escolas por onde passei, pois considero a modalidade um esporte completo e que estimula as habilidades físicas e o trabalho coletivo de uma equipe”, concluiu o professor.

As competições oficiais no município
O ano de 2006 foi o pontapé inicial do basquete em âmbito municipal. Através de uma iniciativa do Departamento de Esportes, situado junto à secretaria de Desenvolvimento Econômico e Cultural, foi realizado no Ginásio da Ulbra, o 1º Torneio Municipal de Basquete Masculino Livre. Cinco equipes locais participaram da competição, que sagrou a equipe do Morceguz/Medianeira como o campeão. No ano seguinte, mais um passo foi alcançado com a disputa do 1º Campeonato Municipal de Basquete. Novamente cinco equipes da cidade participaram do certame, que consagrou a equipe do Bad Boys como o primeiro campeão municipal. Em 2008, está em andamento a 1º Copa Candelária de Basquete. O certame conta com quatro equipes de Candelária e uma de Santa Cruz do Sul, sendo esta competição, o primeiro campeonato aberto de basquete do município. Neste período foram também realizados torneios de trios de basquete no masculino e no feminino, como forma de incentivar os praticantes da modalidade. Para Ellwanger, o basquete local está no caminho certo. “Os primeiros passos já foram dados e nosso basquete aos poucos está se desenvolvendo em nossa cidade. O objetivo é melhorar cada vez mais e quem sabe no futuro, projetar a participação de Candelária em competições estaduais”. Concluiu.

Escolinha incentiva a prática do esporte
Outro passo importante para a evolução da modalidade foi a implantação da primeira escolinha de basquete de Candelária. Fundada em 7 de julho de 2007, a escolinha de basquete Flyboys surge como uma opção de implantar o basquete para meninos no turno inverso ao escolar, proporcionando a prática esportiva da modalidade para alunos entre 7 e 17 anos de idade. A escolinha é coordenada pelo acadêmico em Educação Física, Ricardo Ellwanger. “O objetivo é propiciar a estes meninos a prática do basquete e ajudar na formação de grandes cidadãos para o futuro”, diz. Atualmente, a escolinha conta com 65 alunos, divididos em quatro categorias. Ellwanger destaca que em um ano de funcionamento, a escolinha já revelou alguns jogadores locais que já estão se destacando em nível estadual. Um destes jogadores é o pivô Murilo Beskow, que atualmente está defendendo a equipe do Corinthians/Mauá, de Santa Cruz do Sul, no campeonato estadual juvenil e a seleção gaúcha da categoria. Para o futuro, Ellwanger salienta que a escolinha pretende seguir incentivando os jovens na prática da modalidade. Um dos próximos objetivos da escolinha é a implantação de uma categoria feminina. “A idéia é tentar descobrir novas jogadoras na cidade e fazer o basquete feminino crescer, assim como acontece no masculino”.