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25/08/2009 16:56
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Por amor!

Reflexões sobre a chacina dos EUA
Muitos crimes aconteceram nos últimos dias, contudo dois deles foram mais comentados. Em destaque estadual comentou-se a morte da jovem Jaqueline Costa Subtil em Viamão, RS, e em destaque mundial, a chacina ocorrida em uma faculdade na Virgínia, EUA, onde um estudante matou 32 pessoas.
Acompanhando esses casos nos meios de comunicação, ouvi diversas vezes que os assassinatos foram por amor. Repito o que ouvi: “Os dois assassinos teriam matado por amor”. Isso soou como uma sirene: mataram “por amor”?!?!
Preciso declarar que para mim isso não tem nada de amor! Aliás, o sul-coreano que matou as 32 pessoas parecia sofrer de falta de amor, pois os relatos a seu respeito sempre destacam a sua solidão.
Sei lá o que anda acontecendo com a palavra amor. Ela é repetida aos milhões e parece estar se perdendo em meio às citações, se esfriando, se perdendo em meio a poluídos sentimentos. Um destes sentimentos que poluem o amor é o ciúme. Por isso, discordo completamente daquela afirmação categórica de que o amor é ciumento. Nunca! Jamais! Amor é uma coisa. Ciúme é outra.
Para compreendermos o amor em sua essência, precisamos de uma definição divina. É o que encontramos no capítulo 13 da primeira carta aos coríntios, palavras que foram popularizadas na voz de Renato Russo. Lá está escrito assim: O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba.
Este é o amor modelo! É simplesmente o conceito real do amor, daquele que é o Pai, daquele que é em essência o próprio amor - o verdadeiro Deus. Com base neste conceito temos que avaliar o que sentimos, avaliar se estamos corretos ou errados, se somos egoístas ou altruístas, se amamos os outros ou se só pensamos em nós mesmos. Devemos viver em constante avaliação - não para andarmos pirados e lunáticos, mas para vivermos felizes e ajustados, sem cometer nenhum crime, nenhuma chacina! Volto a destacar que nenhum crime tem relação com amor. O único derramamento de sangue que de fato foi por amor, não foi o de uma chacina, mas sim de uma crucificação. O sangue de Cristo foi derramado por amor! Ele não cometeu suicídio, outros o penduraram na cruz, mas ele entregou-se voluntariamente por nós. Por isso, apesar de ter sido assassinado, podemos dizer que ele derramou seu sangue por nós. Os simples seres humanos não têm essa capacidade. Quando derramam sangue, é por ódio, loucura, ganância ou vazio de sentido. Nunca por amor!
Sobre os assassinos de Viamão e dos EUA, disseram que foram motivados por amores não correspondidos. Talvez não estejamos correspondendo o amor de Deus, mas ainda assim ele continua a nos amar ao ponto de podermos, com confiança, nos achegarmos a ele orando para que o sangue de Cristo, que cobre multidões de pecados, lave a sujeira da maldade humana, conforte os corações enlutados e promova a Paz, apesar das guerras que acontecem dentro e fora de nossos corações.