Escolas estaduais retornam às aulas na segunda-feira

“Trabalhamos muito porque acreditamos na causa da educação e também porque pensamos nos alunos. Porém, existe uma desmotivação muito grande, porque percebemos que, ao menos para o governo do Estado, a educação não é prioridade”. Com essas palavras, Ana Luísa Brandt, diretora da Escola Estadual Guia Lopes, avalia o momento por que passa a Educação no Rio Grande do Sul, às vésperas de voltar às aulas na segunda-feira, 6. A greve teve início no dia 18 de novembro, tendo como principais reivindicações o fim dos salários parcelados dos professores, reposição salarial imediata e retirada do pacote de reformas que alteram os planos de carreira do magistério.

O que determinou o retorno às aulas foi o corte do ponto, pelo governo estadual, pagamento que só será regularizado após o reinício das aulas. E, como lembra Ana Luísa, como qualquer categoria, os professores também possuem contas a pagar - além de precisar constantemente lutar por reconhecimento e melhores condições. Essa greve, na visão de Ana, foi muito diferente de outras: “De todas as greves, esta foi a que mais contou com o apoio da sociedade. Todos perceberam que, diante da situação, alguma coisa precisava ser feita”, afirma.

O retorno às aulas, contudo, se dará em todas as escolas. A Escola Fábio Nackpar dos Santos permanecerá em greve enquanto não houver negociação do corte do ponto. No momento em que for confirmado o pagamento, terá início a negociação com o transporte escolar, a cargo da secretaria municipal de Educação, do qual são dependentes 90% dos alunos.

De modo geral, as aulas voltarão à normalidade a partir de segunda-feira. O modo como as aulas serão recuperadas dependerá de cada escola. Independente dessa retomada, em alguns educandários professores continuam mobilizados e articulando um encontro com Cira Kaufmann, diretora do 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, com a finalidade de saber sobre negociações a respeito do corte do ponto dos grevistas.