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25/08/2009 16:56
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Mas de onde vem tanta besteira?

Vez por outra alguém me ataca na rua e pergunta: mas tchê, de onde tu tira tanta bobagem pra escrever naquela (esta) coluna?
Respondo que, na maioria das vezes, os fatos são verídicos, mas apimentados e achocolatados e na maioria das vezes levam duas colheres de sopa cheias de alegria, duas colheres rasas de fantasia e, vez por outra e dependendo o caso, uma pitadinha de sarcasmo. Outros não passam de utopias, viagens da imaginação que habitam o lado Darth Weider do meu cérebro. Aliás, o lado Darth quase sempre está em conflito com o lado Luke Skywalker, mas ultimamente eles tem se entendido muito bem, afinal, são jedis do mesmo sangue.
Continuo dizendo que a vida é feita de tantas coisas bonitas, feias, engraçadas, tristes, polêmicas, enfim, em qualquer cena do cotidiano pode-se buscar a cereja para enfeitar o bolo. Tempo para escrever é o que não me falta, assim como senso crítico. Se acho que o texto está uma bosta, que não vale a pena, não publico, vai pra lixeira. Meu alter ego não aceita certos tipos de chantagens e não fica comiserado com minhas esporádicas falta de inspiração. A todo dia, a toda hora, aparece um assunto que rende uma crônica. Vem aquele “plim” e, pronto, mais uma besteira engatilhada. Mas acontece que entre o surgimento do assunto e a efetiva elaboração da crônica existe uma coisa chamada lapso de memória.
Tristemente me via igual a um cachorro que esconde o osso. Ele lambe, rói, cava um buracão na grama e enterra lá, deixando o osso meio esquecido, para só muito depois se lembrar que no buraco tem algo importante para ser rebuscado. Assim acontece comigo: vejo um detalhe legal que, por não anotar, acaba sendo esquecido. Mas de tudo se pode tirar proveito, inclusive de pomelo. A falta de memória me fez lembrar que já inventaram uma coisa chamada agenda, que serve para anotar os tópicos e, depois, basta recorrer a ela para trazer de volta o assunto perdido. Minha mãe disse fiquei esquecido desde que abandonei o vício de tunguear bolacha Maria no leite com Nescau.
Quando a primeira coluna “Chocolate & Pimenta” foi publicada, em 30 de julho de 2004, tentei acompanhar assuntos recorrentes, falando sobre o que todos falavam e a expressar minha opinião, abrindo espaço para os leitores mandarem sugestões. Com o passar do tempo e ninguém colaborando, comecei a ficar enjoado dos assuntos recorrentes e descobri que inventar histórias e compartilhar sonhos malucos ou fatos vivenciados deixou muita gente feliz. Depois disso, centenas de milhares de candelarienses (pssss, só 100x1000 já dá 100 mil) que me atacam todos os dias na rua me perguntam se não pretendo alçar vôos mais altos. Digo que não, amigos. Saracuras (sim, tenho a perna fina, e daí???) só alçam vôos mais altos quando é extremamente necessário e minha vidinha tá boa pra caramba deste jeito. E para completar esta felicidade, nesta semana fiquei sabendo que até o Bial é meu fã. Sim, o Bial lê minhas colunas e prova disso foi o e-mail recebido da Ana Ritz Radünz com uma foto confirmando o fato. Obrigado, Ana Rita, obrigado, Carlos, obrigado, Bial, e obrigado a todos os que tem acompanhado a Chocolate & Pimenta. Prometo a vocês que vou escrever pra cachorro a partir de agora, ou para gato, né, Bial?