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25/08/2009 16:56
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Aids j levou dois morte em Candelria

Dados da secretaria municipal de Saúde apontam que existe atualmente um grupo de 26 pessoas soropositivas em Candelária. O primeiro caso de que se tem notícia foi registrado em 2002. Uma gestante teve a doença diagnosticada após exame realizado pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Entre os diversos casos envolvendo pessoas de 8 a 80 anos, um que ilustra bem a importância da realização do exame precoce e a adesão ao programa de tratamento contra a Aids diz respeito a uma mulher, que descobriu ter contraído o vírus após a realização de exames que fez por conta de complicações pulmonares, ainda no ano de 2000. Grávida, ela deu à luz um bebê, que quatro anos depois foi diagnosticado soropositivo em razão da falta de exame pré-natal e da falta de acompanhamento médico. Hoje, esta mesma paciente teve outros dois filhos que tiveram todo o acompanhamento necessário e não foram infectados de forma vertical (de mãe para filho). A mulher, atualmente com 31 anos, recebe acompanhamento do Cemas – Centro Municipal de Atendimento à Sorologia – de Santa Cruz do Sul, que é referência no tratamento de pacientes soropositivos na região. “Não é fácil conviver com os efeitos colaterais dos remédios e, principalmente, com o preconceito e o medo de morrer”, diz ela, que preferiu não se identificar.
DIAGNÓSTICOS – De 2002 a 2008, foram diagnosticados 36 pacientes soropositivos em Candelária, mas de acordo com o Ministério da Saúde, o número pode ser 30% maior, isto porque muitos não sabem que estão infectados e outros preferem procurar clínicas particulares, até mesmo por tabu. Segundo a enfermeira Líria Reis, duas pessoas morreram tendo como causa básica o vírus da Aids. Outras dez se mudaram para outros municípios. Líria destaca que enquanto não for descoberta a cura o maior desafio é o diagnóstico precoce, a adesão dos soropositivos ao tratamento e sua permanência dentro dele. “Desta forma, a pessoa terá seguramente uma melhor qualidade de vida e maior tempo de sobrevida”, explica. Neste ano, 338 pacientes fizeram exames pelo SUS.
ADESÃO – “A adesão ao tratamento contra a Aids é de extrema importância para que os remédios não percam a sua eficácia, evitando que a carga viral seja aumentada e, conseqüentemente, a doença avance”, explicou a enfermeira. Por outro lado, o preconceito e a discriminação com as pessoas que convivem com o HIV/AIDS ainda são grandes. “Os estigmas são desencadeados por motivos que incluem a falta de conhecimento, mitos e medos”, considera Líria, garantindo que os casos de soropositivos descobertos são mantidos em total sigilo. Neste sentido, ela aconselha às pessoas que não mantenham relações sexuais monogâmicas – sempre com a mesma pessoa – que procurem a Unidade Central para o encaminhamento aos exames. Nos casos de Aids, nem sempre é possível remediar, por isso os cuidados básicos, como o uso de preservativo e o diagnóstico precoce, são tão importantes.