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25/08/2009 16:56
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Crise mundial leva a Artecola a fechar fbrica de Candelria

Cinco anos e nove meses após instalar-se em Candelária, a Artecola Indústrias Químicas Ltda. anunciou oficialmente na quarta-feira, 10, o fechamento da unidade de produção no município. Em comunicado à imprensa, a direção do Grupo Artecola informou que o que levou ao encerramento das atividades da planta industrial de Candelária foi a conjuntura econômica internacional e de seus reflexos sobre as operações da empresa. Segundo a nota, a decisão foi tomada após esgotadas todas as tentativas de manter viável aquela unidade, o que tornou-se impossível diante do cenário internacional neste momento.
A unidade produzia cabedais para calçados de segurança, com exportação de 100% da sua produção. Seus principais clientes estavam localizados na Europa e atuando fortemente com o setor automotivo, um dos mais atingidos pela crise econômica mundial, gerando reflexos imediatos na demanda pelos produtos fabricados na planta industrial de Candelária. Como estes clientes não têm compromissos ou expectativas de retomar os volumes de pedidos normais nos próximos meses, a única alternativa foi encerrar as atividades da unidade, explica a nota.
A empresa, focada na inovação, tem entre seus principais valores a responsabilidade sócio-ambiental. E atua ciente de que o primeiro compromisso social de uma organização é gerar resultados para atender a todos os seus públicos, por isso todas as suas unidades devem contribuir para os objetivos do Grupo. Mesmos com a redução dos embarques nesta linha de produtos, os planos de crescimento do grupo para médio e longo prazo não serão alterados em função desta decisão.
“Atualmente a unidade de Candelária mantinha 130 colaboradores, que estão sendo comunicados sobre a decisão e terão seus direitos trabalhistas pagos integral e pontualmente, como sempre foi a prática do Grupo Artecola”, encerra a nota.

Prefeito: "incentivos não faltaram"
Ouvido ontem a respeito do fim das atividades da Artecola no município, o prefeito Lauro Mainardi lamentou a decisão da empresa, embora tenha compreendido suas razões. Ele disse ter conversado pessoalmente com diretores, que explicaram como a crise financeira mundial influenciou diretamente o destino da fábrica local. A produção de cabedais era absorvida pela Alemanha que, por sua vez, revendia calçados para os Estados Unidos. “A diminuição de pedidos dos americanos acabou se refletindo aqui”, lamentou o chefe do executivo.
De acordo com o prefeito, incentivos não faltaram para a Artecola. Neste aspecto, lembrou que ao assumir a prefeitura, a indústria reivindicou um prédio mais amplo na cidade, que foi disponibilizado através de um investimento da família Radünz. Conforme acrescentou, representantes da empresa vieram pessoalmente agradecer o apoio recebido da municipalidade, oportunidade em que prometeram a preferência de Candelária na hipótese futura de reabrir uma unidade. “As portas ficaram abertas para a Artecola”, frisou.

INJECT - Apesar do impacto negativo relacionado ao fechamento da Artecola, o setor industrial em Candelária também produz notícias positivas. Conforme noticiasdo pela Folha, em fevereiro deste ano, a Inject abriu uma segunda unidade na cidade ao ocupar metade do prédio da antiga Schmidt Irmãos. A expansão assegurou cerca de 80 novos empregos. Recentemente, conforme informou o prefeito Lauro, a empresa reivindicou a outra metade do prédio, prometendo aumentar ainda mais sua produção no local. Essa nova linha industrial, que possivelmente irá entrar em funcionamento no início do próximo ano, deverá garantir algumas dezenas de empregos novos.