Por:
Uma doce cidade ou uma cidade doce?
O mosquedo está fazendo a festa desde que chegaram estes dias quentes e as vilãs do verão – que trabalham à luz do dia, já que a noite é reservada aos mosquitos – ganharam um aliado de peso: os famosos sorvetes italianos (ou sorvete de máquina como chamam lá em Cabrais e Cerro Branco). Antes que alguém venha me procurar para proferir despautérios, isento de toda a culpa os proprietários de máquinas, afinal quando o produto passa às mãos do consumidor, é ele o responsável pela sua integridade. Mas não é nas mãos do consumidor que as moscas fazem a festa, e, sim, nas calçadas. Alguém precisa urgentemente explicar às crianças que sorvete italiano não é igual a sorvete seco, que permite manobras radicais e arriscadas. O sorvete italiano se desprende facilmente do cascão e muito mais ainda das casquinhas, por isso são necessários certos cuidados, senão vejamos. Se a fila do sorvete está grande e o sorveteiro meio atucanado, o risco de acidentes é potencializado, porque querendo atender a todos, ele geralmente não faz o movimento correto para encher o cascão (ou a casquinha). Num curso avançado de como servir sorvete italiano aprendi que primeiramente é necessário pegar a casquinha e enrolá-la em um guardanapo (que depois possivelmente será atirado na rua, apesar de ter lixeiras em tudo quando é canto da cidade). Em seguida, coloca-se a casquinha sob o bico injetor de sorvete e espera-se um pouquinho para preenchê-la e, em seguida, faz-se um movimento circular tipo o que se faz com o moedor de pimenta, porém em uma circunferência bem menor. Por fim, coloca-se a cobertura, também em movimentos circulares. Não sendo observadas estas regras do bem-servir, o sorvete inevitavelmente ficará meio torto, geralmente com o limite excedido acima da borda da casquinha. Não menos importante é a colocação da cobertura, que se for lançada em um só lado fará o sorvete parecer um quero-quero baleado na asa e com forte tendência a despencar. Seria bom também que todos os pais explicassem a seus filhos que sorvete não é como milho verde, que se come “de atravessado”. Ele deve ficar em posição vertical, pra mode não sujar a “brusa”. Aquele troço parecido com uma pá e que realmente é uma pá, só que menor, não serve apenas para coçar a nuca, mas para ajudar a degustar o sorvete e também não deve ser tirado na calçada.
Pensando na coletividade e em transformar Candelária em uma doce cidade ao invés de uma cidade doce, vou dar a idéia ao prefeito para que institua nas escolas o Serviço de Treinamento de Como Comer Sorvete Corretamente – o Setrecocosorco. Pode até parecer bobagem, mas nossas crianças sendo bem treinadas trariam substanciais vantagens à municipalidade. Vamos elencar algumas: 1) evitaria o choro das crianças que deixaram o sorvete cair na calçada; 2) os pais não precisariam gastar duas vezes com sorvete e poderiam pagar o IPTU e o IPVA à vista; 3) iria facilitar o trabalho dos garis (porque deve ser chato pra caramba varrer pazinhas de sorvete); 4) o pessoal da vigilância sanitária teria menos serviço controlando os insetos; e por aí vai... Não me levem a mal, mas puxando para o lado pessoal da gabolice, uma quarta série bem feita fez a diferença, ou alguém já teve alguma idéia parecida? Pena que no meu tempo de criança não tinha sorvete de máquina.
Como vender um carro
Tem um amigo meu, o Diogo, da Celetro, que quer vender um Golf. Aqui não é sessão de classificados, mas como faço o que bem entender deste espaço, vou colocar aqui como se deve fazer para vender um carro. Primeiramente, vamos falar sobre a marca do carro e suas características: é um Golf, da linha Confort Line, preto, ano 2000, inteiraço, com ar-condicionado, air-bag, enfim, tudo que um carro top de linha tem o Golf tem. Ah, e é apesar de ser 2.0 e andar pra caramba, não gasta muito. É um Golf, afinal.
Eu não estou muito acostumado com estas linguagens de venda e compra de carro que o pessoal usa para economizar espaço no jornal, tipo vd, tv, bqt, e piripipi, e quando o Diogo me passou as especificações pelo MSN tava usando estas coisas. Primeiramente disse que tinha ar, ao que fui obrigado a retrucar:
Luis diz: – Pô, meu, ar todo carro tem!
Diogo diz: – Ar condicionado?
Luis diz: – Ah, tá!
Diogo diz: – Rodas.
Luis diz: – Hum, as rodas também vão junto?
Diogo diz: – Não, são rodas de liga leve.
Diogo diz: – Direção também tem.
Luis diz: – Não acredito, vem até com direção?
Diogo diz: – HIDRÁULICA.
Diogo diz: – Vidros.
Luis diz: – Sério, tem até vidros.
Diogo diz: – VIDROS ELÉTRICOS.
Luis diz: – Hum, ok!
Diogo diz: – Telefone.
Luis diz: – Tá bobeando, tem até telefone?
– NÃO, RAPÁ, O TELEFONE É PRA CONTATO: 9622 0138.
Bem, depois de todo este papo espero que alguém ligue para ele, afinal este deve ser o maior classificadão do mundo. Ah, ele aceita troca por um de menor valor.
Pensando na coletividade e em transformar Candelária em uma doce cidade ao invés de uma cidade doce, vou dar a idéia ao prefeito para que institua nas escolas o Serviço de Treinamento de Como Comer Sorvete Corretamente – o Setrecocosorco. Pode até parecer bobagem, mas nossas crianças sendo bem treinadas trariam substanciais vantagens à municipalidade. Vamos elencar algumas: 1) evitaria o choro das crianças que deixaram o sorvete cair na calçada; 2) os pais não precisariam gastar duas vezes com sorvete e poderiam pagar o IPTU e o IPVA à vista; 3) iria facilitar o trabalho dos garis (porque deve ser chato pra caramba varrer pazinhas de sorvete); 4) o pessoal da vigilância sanitária teria menos serviço controlando os insetos; e por aí vai... Não me levem a mal, mas puxando para o lado pessoal da gabolice, uma quarta série bem feita fez a diferença, ou alguém já teve alguma idéia parecida? Pena que no meu tempo de criança não tinha sorvete de máquina.
Como vender um carro
Tem um amigo meu, o Diogo, da Celetro, que quer vender um Golf. Aqui não é sessão de classificados, mas como faço o que bem entender deste espaço, vou colocar aqui como se deve fazer para vender um carro. Primeiramente, vamos falar sobre a marca do carro e suas características: é um Golf, da linha Confort Line, preto, ano 2000, inteiraço, com ar-condicionado, air-bag, enfim, tudo que um carro top de linha tem o Golf tem. Ah, e é apesar de ser 2.0 e andar pra caramba, não gasta muito. É um Golf, afinal.
Eu não estou muito acostumado com estas linguagens de venda e compra de carro que o pessoal usa para economizar espaço no jornal, tipo vd, tv, bqt, e piripipi, e quando o Diogo me passou as especificações pelo MSN tava usando estas coisas. Primeiramente disse que tinha ar, ao que fui obrigado a retrucar:
Luis diz: – Pô, meu, ar todo carro tem!
Diogo diz: – Ar condicionado?
Luis diz: – Ah, tá!
Diogo diz: – Rodas.
Luis diz: – Hum, as rodas também vão junto?
Diogo diz: – Não, são rodas de liga leve.
Diogo diz: – Direção também tem.
Luis diz: – Não acredito, vem até com direção?
Diogo diz: – HIDRÁULICA.
Diogo diz: – Vidros.
Luis diz: – Sério, tem até vidros.
Diogo diz: – VIDROS ELÉTRICOS.
Luis diz: – Hum, ok!
Diogo diz: – Telefone.
Luis diz: – Tá bobeando, tem até telefone?
– NÃO, RAPÁ, O TELEFONE É PRA CONTATO: 9622 0138.
Bem, depois de todo este papo espero que alguém ligue para ele, afinal este deve ser o maior classificadão do mundo. Ah, ele aceita troca por um de menor valor.