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Onde andar a Gilda?
Coloquei gilda com a inicial maiúscula no título só para confundir as coisas. Não se trata de uma mulher. A gilda de que me refiro é a famosa mistura de sorvete com Pepsi ou Coca-Cola que sumiu do mapa desde que não existem mais o Bar do Beto (onde hoje é o Lago Azul Tintas) e o Bar do Didi (cujo prédio está fechado, na esquina da Pereira Rego com a Borges de Medeiros). Acho que nem no Pau-a-Pique – o único remanescente dos grandes bares do passado – faz mais isso. O Bar da Dona Morena (onde hoje é a Deltasul), que ficava em frente ao Cine Coliseu (onde hoje é o Super Único), foi quem introduziu a marca Kibon em Candelária, mas isso não vem ao caso. Não me lembro se vaca-preta era uma versão diferente da gilda, assim como não lembro se vendiam esta mistura na Lancheria Meu Cantinho, do “seu Neri”, onde hoje funciona a Fransat, ou lá no Bar do Haraldo, onde hoje tem uma padaria mas que continua sendo ponto de juntar gente para ir aos bailes de lotação. Mas impressionante mesmo é que que ninguém mais toma gilda, ou vaca-preta. Por que os bares de hoje não se sentem tentados a fazer uma mistura ao mesmo tempo arcaica e gostosa? Será que o pessoal anda com preguiça de lavar copos de vidro, ou será que a clientela é que não pede mais? É, talvez seja só um destes esquecimentos comuns da vida, tal como esquecer de certas pessoas que entram e, que sem notarmos, desaparecem para sempre das nossas vidas. Algumas dessas – principalmente políticos – não fazem falta nenhuma mesmo, tanto que nem a mídia se tenta a lembrá-las. Porém, a gilda ou a vaca-preta me trazem saudade e seguida e nostalgicamente me empanturro de Coca com sorvete de chocolate. Por incrível que pareça, ainda tem o mesmo gostinho de trinta anos e lá vai bicos. O copo de “samba” tem, sim, outra utilidades. Duas bolas de sorvete num copo, Coca-Cola e um canudo: uma simples receita de felicidade de tempos que não voltam mais.
PS.: Acabei falando só em bares do passado e esqueci da Sorveteria Gut. Será que lá tem?
Enfia estas balas no...
Dia desses entrei num super e pedi um Hollywood vermelho (R$ 2,60). Paguei com uma nota de cinco e, como a moça do caixa não tinha moedas, me deu R$ 0,40 em balas e uma nota de R$ 2,00. Sem criar caso, enfiei as balas no bolso e saí fazendo fumaça. Depois do meio-dia tive que ir a outro super, desta vez para comprar o lanche da tarde para minha filha. Quando a moça do caixa perguntou se eu tinha moedas, automaticamente coloquei a mão no bolso e não encontrei nada de metal, somente os caramelos. Não perdi a deixa: – Aceita bala? Com um sorrisinho amarelo, a moça balançou negativamente a cabeça. Se ainda fossem aquelas balas quadradonas e antigas de coco ou de castanha, ainda vá lá. Não sei por que este tipo de escambo tem que ser com bala de iogurte.
PS.: Acabei falando só em bares do passado e esqueci da Sorveteria Gut. Será que lá tem?
Enfia estas balas no...
Dia desses entrei num super e pedi um Hollywood vermelho (R$ 2,60). Paguei com uma nota de cinco e, como a moça do caixa não tinha moedas, me deu R$ 0,40 em balas e uma nota de R$ 2,00. Sem criar caso, enfiei as balas no bolso e saí fazendo fumaça. Depois do meio-dia tive que ir a outro super, desta vez para comprar o lanche da tarde para minha filha. Quando a moça do caixa perguntou se eu tinha moedas, automaticamente coloquei a mão no bolso e não encontrei nada de metal, somente os caramelos. Não perdi a deixa: – Aceita bala? Com um sorrisinho amarelo, a moça balançou negativamente a cabeça. Se ainda fossem aquelas balas quadradonas e antigas de coco ou de castanha, ainda vá lá. Não sei por que este tipo de escambo tem que ser com bala de iogurte.