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25/08/2009 16:56
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Preo do fumo: negociaes sero retomadas

Depois da tentativa frustrada de negociar os novos índices de classificação de forma individual, com cada uma das fumageiras, os representantes dos produtores devem retomar os debates com o Sinditabaco. A informação foi confirmada pelo presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner. A previsão é de que o novo encontro ocorra até a próxima quarta-feira, visto que a comercialização do fumo está em andamento.
Em entrevista à reportagem da Folha, Werner garantiu que pressionaria o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, a definir junto às indústrias o índice que poderia ser oferecido aos produtores. Com isso, segundo ele, a negociação seria encerrada o quanto antes. “Entendemos que os agricultores estão angustiados com esta indefinição e queremos acertar os índices de reajuste logo”, afirma. Ele reconheceu que é impossível negociar com cada uma das indústrias, já que nos últimos debates individuais as empresas não apresentaram propostas viáveis. “Não tem como fazer acordo com uma sendo que depois a outra vai oferecer mais pelo fumo”, avalia.
Werner disse ainda que os produtores devem ter cautela ao comercializar o produto e que o ideal é fazer a entrega para a indústria. “Se o fumo for vendido para atravessadores, o agricultor não vai receber nada de reajuste. Já a indústria vai pagar o índice de reposição independente da época em que o produto for comercializado”, acrescenta. Na opinião do dirigente, cabe ao produtor analisar o que realmente poderá lhe trazer lucro. “A situação de cada um é diferente, por isso é importante observar se o produto vai ser comercializado com um bom índice de reajuste”, conclui. Ele considera, neste sentido, que o ideal seria uma reposição de até 22% sobre a atual tabela.
Já o presidente do Sindicato Rural de Candelária, Mauro Flores, acredita que o produtor deve deixar o fumo estocado até conseguir uma boa classificação. “Quem tem condições deve armazenar e esperar que a indústria ofereça uma melhor remuneração. A venda para atravessadores deve ser evitada”, destaca. Quanto à reunião com o Sinditabaco, ele se diz otimista por entender que a entidade tem poderes para negociar diretamente com as indústrias. “O Sindicato poderá reivindicar melhores reajustes com os dirigentes das fumageiras e cobrar a margem mínima ou máxima de reposição que poderá ser oferecida ao produtor”, finaliza.

ESTEIRAS – Mauro Flores adianta ainda que na semana que vem também serão agendadas visitas às fumageiras para acompanhar a classificação do fumo na esteira. O trabalho, que ocorre todos os anos, tem o objetivo de monitorar a compra do produto pela indústria. A atividade será acompanhada por representantes da Afubra e da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).