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25/08/2009 16:56
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Madeireira se instala em Candelria

Depois do impacto negativo causado pelo fechamento de duas empresas do ramo de calçados no município, a população recebe uma nova oportunidade de trabalho. Trata-se da “Tommer Beneficiamento de Madeiras”, de propriedade dos empresários Fábio Filter, Gilberto e Marcelo Sad.  A empresa está instalada nas antigas dependências da Artecola, na Rua Botucaraí, e começou a produzir esta semana.
De acordo com o sócio-proprietário Gilberto Sad, atualmente a fábrica trabalha com o beneficiamento de pinus e eucaliptos provenientes de áreas reflorestadas. A matéria-prima é obtida com fornecedores certificados que possuem florestas em vários municípios do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a estratégia é trabalhar com mais de um fornecedor já que isso gera maior flexibilidade e garantia de continuidade operacional. Em entrevista à reportagem da Folha, o empresário esclareceu que num primeiro momento a fábrica irá produzir estruturas de madeira para cama box. “A Gazin é hoje nosso cliente preferencial, foi  o que viabilizou o empreendimento e nos apontou as vantagens de operarmos em Candelária”, garante.
Apesar de estar focada inicialmente no desenvolvimento da qualidade do produto e na segurança do trabalho, o objetivo da Tommer é estruturar-se para produzir 300 unidades por dia. Este número, no entanto, poderá aumentar assim que forem contratados novos funcionários ou criados mais turnos de produção. Atualmente, a Tommer funciona num único turno e conta com 17 funcionários de Candelária que estão em fase de treinamento. “Poderíamos ter optado por pessoas experientes de outros municípios, visto que produziríamos mais rápido, mas preferimos contratar em Candelária para demonstrar nossa boa vontade com a comunidade”, afirma.
 Além disso, ele acredita que funcionários locais podem ser mais fiéis à empresa. “Contratar pessoas daqui não é caridade porque não temos objetivos filantrópicos, somos profissionais e queremos a sobrevivência do empreendimento. Por outro lado, buscamos com seriedade soluções que atendam todos os envolvidos”, acrescenta. 

SEGURANÇA – Um dos pontos destacados por Gilberto Sad é a segurança no trabalho. Conforme ele, os funcionários têm sido orientados sobre a necessidade de utilizar e manusear Equipamentos de Proteção Individual. “Os equipamentos que utilizamos são novos, modernos e projetados para redução máxima de riscos, mas o fator humano será sempre primordial na busca do nosso objetivo de zerar os acidentes”, garante. 

INCENTIVOS – A Tommer está negociando com a prefeitura a obtenção de incentivos municipais. Gilberto Sad adianta que a empresa pretende operar de forma legal e transparente para gerar arrecadação concreta para o município. De acordo com o prefeito Lauro Mainardi, a lei que trata da concessão de benefícios às indústrias prevê que os recursos só podem ser disponibilizados se houver um número mínimo de funcionários contratados. “No momento temos dificuldade de auxiliar. A lei de incentivos observa o número de empregos que são gerados pela empresa, por isso a administração fica impedida de repassar recursos expressivos”, explica. O prefeito disse que pensa em alterar a lei por entender que as empresas que contribuem com os cofres públicos precisam ser incentivadas.

Para relembrar
As duas empresas do ramo de calçados que fecharam suas portas em Candelária foram a Artecola e a Candino. Os anúncios de encerramento das atividades ocorreram em pouco mais de um mês. A Artecola Indústrias Químicas Ltda. paralisou as atividades da filial de Candelária no último dia 10 de dezembro. A fábrica atuou por quase seis anos no município e justificou seu fechamento pelos reflexos da crise mundial. Era responsável pela confecção de cabedais para calçados de segurança e exportava toda a produção.
Já a Indústria de Calçados Candino Ltda. fechou no último dia 20 de janeiro também em função da crise financeira mundial. A empresa funcionava próximo ao Hotel Lago Azul, ao lado da RST 287. Estes fechamentos acarretaram no desemprego de cerca de 200 pessoas (130 na Artecola e 70 na Candino).

O que diz a lei
Na  lei que dispõe sobre a política de incentivos às indústrias consta que o município pode repassar recursos para as indústrias de acordo com o seu número de funcionários e faturamento. Os casos são os seguintes:

Valor/mês      Empregados   Faturamento mínimo
R$ 500,00        10             R$ 10.000,00
R$ 800,00        20             R$ 20.000,00
R$ 1.500,00     40             R$ 40.000,00
R$ 2.500,00     60             R$ 60.000,00
R$ 3.500,00     80             R$ 80.000,00
R$ 4.500,00    100            R$ 100.000,00
R$ 5.500,00    120            R$ 120.000,00
R$ 6.000,00    150            R$ 150.000,00
*Fonte: secretaria municipal de Administração e Modernização