Logo Folha de Candelária
25/08/2009 16:56
Por:

Fim do impasse, reajuste do fumo de 13,1%

Encontros realizados entre os dias 23 e 24, em Santa Cruz do Sul, envolvendo dirigentes das entidades dos produtores de tabaco e das empresas fumageiras, consolidaram um acordo sobre o preço do tabaco. A nova tabela, válida para a presente safra, contempla um reajuste de 13,1% sobre o valor mínimo do período anterior. Com isso, o quilo de fumo da classe BO1, variedade Virgínia, a mais valorizada, passa a valer R$ 7,07, ou R$ 106,05 a arroba.
O reajuste é retroativo ao início da comercialização. Diante disso, o produto adquirido antes da assinatura do protocolo pelas empresas será objeto de complementação de pagamento. Além disso, o termo, firmado individualmente, prevê, entre outras cláusulas, que o pagamento do tabaco adquirido pelas indústrias deverá ocorrer até o 4º dia útil à data de entrega, a garantia de compra de toda a produção contratada, de aval para os financiamentos e o pagamento do frete e do seguro da carga da casa do produtor até às esteiras de comercialização. “Sobre o pagamento no 4º dia útil, abriu-se uma cláusula onde as empresas podem pagar com mais prazo, dentro de uma negociação individual com cada produtor, e que este tenha uma compensação financeira”, explica o presidente da Afubra, Benício Albano Werner.
Como novidade, o protocolo prevê uma antecipação da negociação dos preços referenciais mínimos para a safra 2009/2010. O processo será iniciado em julho deste ano. A sistemática será composta pelo custo de produção, somado a um percentual de lucratividade, que será discutido entre as partes.
As entidades dos produtores e as indústrias acordaram, ainda, a continuidade da realização de reuniões visando reconstituir os coeficientes técnicos do custo de produção. Também foi firmada uma agenda de trabalho com o objetivo de discutir assuntos da fumicultura, bem como planejamento de safras futuras e realização de estudos em vista ao fortalecimento do sistema integrado de produção e sua sustentabilidade.
O presidente da Afubra explica que a assinatura do protocolo com as empresas fumageiras, estabelecendo um reajuste de 13,1% sobre a tabela da safra anterior ocorreu porque as entidades representativas dos fumicultores priorizaram o bem do sistema de produção. “Além disso, conseguimos incluir no protocolo, que a negociação da próxima safra iniciará em julho, quando já teremos uma boa base do custo de produção. Esta era uma antiga reivindicação dos produtores, que querem iniciar o plantio sabendo o preço que irão receber na hora da comercialização”, destaca o dirigente.
A Comissão dos representantes dos produtores de tabaco é composta pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federações dos Trabalhadores na Agricultura nos estados do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), de Santa Catarina (Fetaesc) e do Paraná (Fetaep) e Federações da Agricultura nos Estados do Rio Grande do Sul (Farsul), de Santa Catarina (Faesc) e do Paraná (Faep).